Do Ocidente para o Oriente: Estudo revela migração do eixo do Investimento Estrangeiro Direto (IED) e aponta oportunidades entre Brasil e China

Estudo realizado pela InvestSP, em parceria com a consultoria BDCo, revela como as promissoras diretrizes políticas e comerciais chinesas geram maiores oportunidades para empresas brasileiras e chinesas

2020 foi ano recorde para o varejo online da China. O faturamento neste setor foi de U$ 1,8 trilhão, número 10,9% maior que 2019. E, neste cenário, há enorme espaço para participação das empresas brasileiras. Essa é uma das constatações que aparece no relatório “Investimento Externo Direto: Perspectivas e Oportunidades no Brasil e na China” realizado pela InvestSP, em parceria com a consultoria BDCo e lançado na segunda (8).

Nas principais plataformas de e-commerce monitoradas pelo Ministério de Comércio da China (MOFCOM) e destacadas no estudo, mais de 24 milhões de vendas online foram realizadas em 2020. A venda de educação online cresceu 140% em relação a 2019. A consulta médica online aumentou 73,4%. Alguns setores apresentaram crescimento superior a 30% se comparados ao ano anterior: equipamentos para fitness, alimentos super nutritivos, produtos de desinfecção e higiene, eletrodomésticos de cozinha e produtos para pets.

O relatório demonstra que as vendas via cross-border e-commerce, que permite a comercialização de produtos de outros países no mercado chinês, também seguiu essa tendência de forte crescimento. Nessa modalidade, o faturamento foi de U$ 261 bilhões na China, 31,1% acima de 2019. A tendência é que em 2021 estes números cresçam ainda mais.

A análise aponta os destaques e tendências no fluxo de IED realizado pela China (outflow) e na China (inflow) mostrando os resultados das ações do governo chinês desde a Nova República. O estudo aponta também que, sob liderança do presidente Xi Jinping, o plano “Made in China 2025”, iniciado em 2015, levou o país a um novo patamar. A China passou da categoria “fábrica do mundo” para ambiente altamente qualificado e aberto para novos investimentos.

“Estamos atentos a todas oportunidades para os investidores de São Paulo e do Brasil. As novas diretrizes políticas da China e as transformações legislativas abrem novos caminhos que não podemos deixar de explorar.” afirma Wilson Mello, presidente da InvestSP.

Como demonstra o estudo, o governo chinês vem sucessivamente adotando medidas para encorajar investimentos estrangeiros. Destaca-se aí a redução significativa da lista negativa aos investimentos estrageiros, que de 2013 a 2020 passou de 190 itens para apenas 33, a recentíssima Lei de Investimento Estrangeiro aprovada em 2020 e também o novo Padrão de Julgamento por Violação de Marca Comercial.

A China foi a única das grandes economias do mundo capaz de evitar uma retração em 2020. Apesar da pandemia, o PIB chinês encerrou o ano com uma alta de 2,3%, enquanto o mundo enfrentou uma retração de cerca de 4%. Em 2021, a expectativa do Banco Mundial é de que o crescimento na China seja de 7,9%, enquanto a previsão global de crescimento é apenas de 4%.

Investimento chinês no Brasil

O estudo revela também os principais setores de investimentos da China no Brasil: energia, mineração, agrícola, tecnologia, serviços financeiros e infraestrutura, sobretudo relacionados à inovação.

“O Brasil é um país estratégico para os investimentos vindos da China. Por outro lado, as oportunidades para o empresariado brasileiro na China têm se ampliado rapidamente dado o movimento de diminuição de barreiras em várias frentes e setores, que o governo chinês vem promovendo nos últimos anos.”, comenta o presidente da BDCo, Lucio Di Domenico.

Desde a instalação de sua base em Xangai, a InvestSP atua não apenas no fortalecimento e ampliação de relações econômicas com a China, mas também nas relações institucionais e em múltiplos setores. Com a missão de detectar oportunidades de investimentos e seguir no fortalecimento para aproximação do Estado de São Paulo e China, o escritório foi o primeiro escritório comercial da InvestSP fora do país.

Este estudo, realizado em parceria com a BDCo, é resultado de um trabalho de quase dois anos desta representação de São Paulo na China.

A análise contou com a opinião de empresários brasileiros de diversos setores que reforçaram a tese de que o poder político e econômico nos próximos anos migrará do Ocidente para o Oriente, sob forte liderança da China.

O relatório completo estará disponível nos sites da InvestSP (https://www.investe.sp.gov.br/uploads/midias/documentos/2021_IED_perspectivas_oportunidades_BrasilChina.pdf) e da BDCo (bdco.com.br).