04/05/07 14h57

Diversificação traz independência ao CPqD

Gazeta Mercantil - 04/05/2007

Voltado tanto aos interesses governamentais quanto aos da iniciativa privada, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações CPqD atravessa uma fase de produção crescente e diversificada e se aproxima gradualmente da independência financeira, afirmou o presidente Hélio Graciosa. Neste momento, investe cada vez mais suas competências no mercado corporativo, especialmente em energia elétrica, finanças e indústria, retirando a exclusividade do setor de telecomunicações, no qual nasceu e onde trabalhou com dedicação integral por décadas. A evolução do faturamento do centro nos últimos anos mostra que a iniciativa privada tem importância progressiva em relação aos recursos oriundos do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), relativo ao porcentual (0,5%) do faturamento das operadoras telefônicas. De R$ 100 milhões (US$ 32,56 milhões) em 2003, a parte do Funttel baixou a R$ 50 milhões (US$ 23 milhões) no ano passado, afirmou Graciosa. Enquanto isso, a iniciativa privada evoluía de R$ 91 milhões (US$ 29,6 milhões) para R$ 132 milhões (US$ 60,6 milhões) em período correspondente. Exemplo de projeto híbrido é a infra-estrutura de banda larga sem fio Wimax que propicia a inclusão digital e social de áreas ermas da zona rural brasileira ao mesmo tempo em que possibilita uso crescente de ferramentas ao agronegócio. Permite a comunicação entre objetos, de tal forma que as fazendas modernas possam dispor de câmeras e medidores conectados a um sistema que gerencia o nível de irrigação, as condições climáticas, a acidez do solo, a incidência da chuva, e outros parâmetros que permitam a gestão inteligente e moderna do agronegócio, afirma o diretor de gestão da inovação, Antonio Carlos Bordeaux Rego. O CPqD assiste à parcela da iniciativa privada evoluir de forma acentuada enquanto as receitas oriundas do Funttel têm sido gradualmente reduzidas A evolução dessa combinação de fontes de receita mostra que o CPqD tem traçado uma busca persistente pela independência financeira. A diversificação já está consolidada, segundo Graciosa, pois hoje somente a metade da receita vem das telefônicas - clientes tradicionais -, enquanto 40% são encomendas dos setores elétrico, financeiro e industrial.