31/01/11 11h24

Distribuidor vende menos que fabricante

Valor Econômico

Os distribuidores de produtos de tecnologia da informação (TI) foram beneficiados no ano passado pela retomada das compras pelas empresas, que em 2009 haviam postergado a renovação de seus parques de computadores como efeito da crise financeira internacional. Em 2010, o setor cresceu 17%, alcançando receita de R$ 12,4 bilhões (US$ 7,1 bilhões), de acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação (Abradisti). Para este ano, a expectativa é de um incremento de pelo menos 10%.

O resultado, no entanto, ficou abaixo das vendas diretas dos fabricantes de equipamentos e software para governos, redes varejistas e consumidores, que no período foram de R$ 17 bilhões (US$ 10 bilhões). Não existem estudos anteriores para comparar a participação das distribuidoras no mercado. Mas a sensação da entidade e de empresas do setor é de que essa fatia está menor. "Nos Estados Unidos, os fabricantes destinam a maior parte das vendas aos distribuidores, mas no Brasil eles fazem a venda direta para o varejo, o que inibe o crescimento do setor de distribuição", avalia Mariano Gordinho, presidente da Abradisti.

Para 2011, Gordinho estima que a expansão nas vendas de TI gerará uma receita adicional de R$ 13 bilhões (US$ 7,7 bilhões), que será disputada entre distribuidores e fabricantes. De acordo com o estudo da Abradisti, as vendas dos distribuidores têm como principal destino as empresas, que em 2011 elevarão as compras de TI em aproximadamente 11%. As vendas ao varejo - voltadas sobretudo aos consumidores - têm participação reduzida. E esse segmento terá expansão mais forte neste ano, de 15%. Segundo Gordinho, em 2010 os distribuidores foram favorecidos pela expansão da demanda das grandes companhias, que renovaram seus parques, e de pequenas e médias empresas, que passaram a investir mais na automação de processos. Esse movimento deve ter continuidade neste ano.

No país, de acordo com a Abradisti, existem 29,4 mil revendas ativas e 79% delas estão concentradas na região Sudeste. O Sul sedia 17% das revendas, seguido pelo Nordeste (3%) e o Centro-Oeste (1%).