08/10/07 11h31

Dinheiro de ofertas impacta economia com investimentos

Valor Econômico - 08/10/2007

Desde que a revitalização do mercado de capitais nacional teve início, em 2004, as companhias captaram mais R$ 50 bilhões (US$ 27,4 bilhões) na bolsa com emissões primárias de ações - metade disso só neste ano. As companhias emitiram novos papéis e os investidores compraram, entregando o dinheiro ao caixa do negócio. Então, a empresa utilizou o dinheiro para aplicar em projetos de crescimento ou para pagar dívidas antigas e fazer novas, também visando expandir as atividades. Do início das ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) na Bovespa até agora, 78 novas companhias se listaram na bolsa paulista. Entre abril e junho, o PIB somou R$ 630,2 bilhões (US$ 345 bilhões), com crescimento de 5,6% ante o primeiro trimestre de 2007 e de 11,2% frente igual período do ano passado. Nesse mesmo intervalo, a formação bruta de capital, ou investimento, foi de R$ 111,7 bilhões (US$ 61,14 bilhões) - aumento trimestral de 8,7% e anual, de 18%. A contribuição do volume captado pelas empresas com ações no desempenho desses indicadores foi destacada pelo próprio presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Para ele, o mercado de capitais encorpou esses números, especificamente, nesse período. Porém, já vem auxiliando nesse sentido há tempos. É importante ressaltar que a performance dos indicadores da economia brasileira reflete diversos outros fatores. É uma combinação de componentes, que vão desde a tão propalada liquidez financeira internacional, queda na taxa interna de juros até a evolução na renda do brasileiro, especialmente, nas classes C e D. Boa parte das companhias que buscaram dinheiro na bolsa para expandir seus negócios visa atender ao esperado aumento do consumo pelas classes mais baixas.