06/03/08 10h54

"Descolamento" do País ganha força

DCI - 06/03/2008

O Brasil mostra a cada dia que deve sofrer pouco com a crise de crédito no mercado externo porque, além dos bons fundamentos da economia, não seguiu o alto crescimento global registrado nos últimos anos, analisa o economista-chefe da Bradesco Corretora, Dalton Gardiman. "Quem não cola, não descola. Pode ter sido ruim não termos crescido tanto no passado, mas é positivo agora", disse Gardiman, da Bradesco Corretora, durante evento promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil. Já para analistas dos bancos Santander e ABC Brasil, a tese do descolamento (decoupling) dos emergentes em relação à economia americana só se comprovará se o avanço da China continuar. Caso contrário, países como Brasil seriam prejudicados com a queda de preços das commodities. Gardiman diz que o excesso de liquidez nos Estados Unidos foi a causa da atual turbulência e, agora, é papel dos emergentes melhorar o cenário. Para ele, o Brasil está em uma situação melhor que muitos países desenvolvidos. "Temos uma conta fiscal exemplar, enquanto França e Alemanha têm o dobro do nosso déficit". A inflação baixa, a previsibilidade da política econômica e as altas reservas internacionais são outros fatores apontados pelo economista como determinantes para o bom desempenho do País em momentos de incerteza mundial.