11/01/12 14h23

Desacelaração não freia investimento chinês

Brasil Econômico

Estimativa é que investimento do país asiático chegue a US$ 25 bilhões em 2012

Apesar de a economia brasileira ter desacelerado em 2011, com projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo de 3%, o interesse dos chineses em investir no país não diminuiu.

Segundo o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC), Charles Tang, a China deve investir este ano no Brasil em torno de US$ 25 bilhões, valor que é 25% maior que os US$ 20 bilhões aplicados no ano passado. Para a economista do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da FGV), Silvia Matos, o Brasil deve apresentar em 2012 um crescimento em torno de 3,1%, com uma taxa de investimento crescendo cerca de 5,9%. “Esses dados levam em conta aportes do governo federal em infraestrutura, por conta dos grandes eventos nos próximos anos como a Copa do Mundo, além de recuo na taxa básica de juros (Selic) e ainda a manutenção da confiança do setor de construção civil. E isso atrai investimentos estrangeiros.”

Em 2011, a China, considerada um dos principais parceiros econômicos, colaborou para um superávit nacional em torno de US$ 11 bilhões, segundo apontou a CCIBC. No entanto, dados da economia chinesa também apontam para umdesaquecimento de suas atividades, o que não é considerado fator prejudicial aos seus interesses e condições de investimentos no Brasil.

Para Tang, o gigante asiático só não está fazendo mais investimentos no Brasil por causa de entraves impostos pelo governo para proteger as empresas nacionais— como o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Importados) sobre veículos. “A vinda de empresas da China para cá irá contribuir muito na geração de mão de obra e transferência de tecnologia. Os investimentos são importantes por trazer preços mais atrativos para os consumidores, ajudando as classes menos favorecidas. E diante dessa crise econômica mundial, o ideal é atrair capital e não tomar medidas para freálo”, defende Tang. O maior problema enfrentado pela indústria brasileira, de acordo com Tang, é o custo Brasil, que encarece os produtos e tira competitividade diante dos chineses.

Para o economista da ESPM(Escola Superior de Propaganda e Marketing), Eduardo Amato Balia, esses investimentos possibilitam a entrada de dólares e a geração de emprego. “O problema real está na não integração nacional das empresas chinesas, elas não se estabelecem de fato aqui, não transferem sua tecnologia”, observa.

Na visão do economista da FEA (Faculdade de Economia e Administração), da USP, Simão Davi Silber, o investimento chinês é bom para o país já que o Brasil é carente de recursos. “Ainda há muita restrição ao investimento. O Brasil precisa de US$ 1 trilhão para o pré-sal em 10 anos, o que inclui navio, gasoduto, sonda e até as plataformas de perfuração”, diz.

Para o agronegócio brasileiro, o investimento é mais apetitoso ainda, já que por ano 15 milhões de pessoas deixam o campo e vão para a cidade. E a China, diz Silber, já representa 17% do agronegócio do Brasi