Depois do México, Brasil volta a negociar com a Argentina
Valor Econômico - 01/12/2006
Um dia depois de conseguir um acordo com o México que garantiu o que as montadoras mais queriam - o livre comércio de carros de passeio a partir de janeiro de 2007 -, o Brasil começa a negociar um entendimento com a Argentina. As discussões não serão tão fáceis. A indústria automobilística pretende convencer os argentinos a aceitar a manutenção de um redutor de 40% na alíquota de importação das peças compradas pelo Brasil em países fora do Mercosul. Negociadores brasileiros e argentinos se reúnem hoje no Rio de Janeiro. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, já mandou um recado para os interlocutores argentinos. Durante discurso no 26º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), ontem, Furlan manifestou esperança de que o acordo automotivo entre Brasil e México sirva de inspiração para que as negociações semelhantes com a Argentina também prosperem mais rapidamente. Os mexicanos mantiveram a posição de que a partir de 1º de janeiro de 2007 o livre comércio de automóveis entre o Brasil e o México entrará em vigor, diferentemente do nosso (Brasil-Argentina) que foi postergado para uma discussão futura, segundo o ministro. Enquanto as montadoras resistem à retirada do redutor sob o argumento de que já foram prejudicadas com a valorização do real, os fabricantes de autopeças instalados no Brasil têm outra proposta, que reduziria a concorrência das peças importadas de países fora do Mercosul. Eles propõem a importação livre de impostos somente para componentes sem similar no bloco.