09/06/10 11h26

Demanda por tecnologia atrai investimentos de estrangeiros

DCI

Fornecedores internacionais de tecnologia veem no Brasil um oásis para fugir do cenário conturbado na Europa e uma grande possibilidade de expansão para fazer novos investimentos. A explicação, segundo empresários do setor, é a demanda reprimida por tecnologia e o crescimento em ritmo chinês da economia no pós-crise internacional.

Exemplo claro do interesse estrangeiro pelo setor de tecnologia no País é a promessa de investimentos da companhia belgo-americana Vasco, fornecedora de soluções de autenticação, assinatura eletrônica e aplicações de segurança na internet. De acordo com o diretor de Comunicação da Vasco, Jochem Binst, a empresa pretende ampliar sua atuação no País e beliscar também uma fatia do crescimento do comércio eletrônico (e-commerce), segmento que movimentou R$ 10,6 bilhões (US$ 5,4 bilhões) no ano passado e cresceu 30%, na comparação com o ano anterior. Outra aposta da companhia é atuar também com clientes corporativos e oferecer serviços de autenticação e segurança da informação a empresas de diversos segmentos no Brasil. "Começamos a analisar o mercado além do setor bancário", disse.

Binst contou também que a Vasco tem interesse em implantar uma fábrica no Brasil, para a produção de sua área de hardware, que, no caso da empresa, são os Tokens, pequenos dispositivos de autenticação de senhas. O executivo disse que a empresa já negocia com o governo mineiro a possibilidade de construir sua base industrial - hoje a Vasco mantém sua produção em países asiáticos como China e Filipinas.

Atenta à demanda aquecida por tecnologia, a Intel, fabricante de chips e microprocessadores, foi atrás de parcerias com grandes grupos de TI, de Telecomunicações e do setor financeiro para alcançar as pequenas e médias empresas (PMEs). Segundo o diretor de Marketing da Intel, Caio Tietê, a fabricante de processadores encomendou uma pesquisa ao Instituto Ipsos para saber qual a penetração da informática nas PMEs. "Entendemos que elas são muito importantes para a economia, já que correspondem a mais da metade das empresas do País."

De acordo com o estudo, do qual participaram 1.500 empresas com até 200 funcionários, 8% das entrevistadas não possuem computador. Deste total, 68% acreditam que o aparelho não é necessário para o andamento do negócio. Com base nos dados do levantamento, a Intel firmou parceria com Itautec para oferecer a parte de hardware e computadores, Embratel, que promete pacotes de internet em banda larga - de 3 a 12 megas - e franquias de voz para as empresas adeptas ao "Kit de Competitividade". Além deles, o Google vai oferecer recursos do Google AdWords às empresas que se cadastrarem no site oficial do kit. Já o banco Itaú entrará com uma linha de crédito diferenciada para aquisição dos equipamentos das empresas participantes do projeto, que estará disponível aos empresários a partir de 21 de junho pela internet.