04/08/10 16h28

Demanda por genéricos estimula investimentos e até terceiro turno

Valor Econômico – 04/08/10

A forte demanda por medicamentos genéricos no país tem levado parte dos laboratórios a aumentar a capacidade de produção de suas unidades e até mesmo investir em terceiro turno, como é o caso da EMS. No primeiro semestre, o mercado de genéricos teve alta de 34,1% em volume, sobre igual período do ano passado, segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos). O índice representa o maior crescimento semestral registrado pelo setor desde 2003. "O aumento da renda justifica esse bom desempenho do setor", afirmou Odnir Finotti, presidente da Pró Genéricos. "Há uma oferta maior de medicamentos, com uma vasta cobertura de doenças e preços mais baratos."

De janeiro a junho, foram comercializadas 200,4 milhões de unidades, na comparação com os 149,4 milhões nos seis primeiros meses do ano passado. Em valor, as vendas desse segmento movimentaram R$ 2,8 bilhões (US$ 1,6 bilhão) nos seis primeiros meses, aumento de 38,1% sobre os R$ 2,015 bilhões (US$ 1,15 bilhão) do primeiro semestre de 2009. Considerando esses resultados, a participação dos genéricos encerrou o primeiro semestre deste ano em 20,5% (em unidades), 2,5 pontos percentuais acima do registrado no mesmo período do ano passado (18%). Em receita, a fatia ficou em 16,5%, ante 14,5% sobre igual período de 2009.

Os dados do semestre passado não computam ainda a entrada da versão genérica do Viagra (desenvolvido pela americana Pfizer), comercializada pela EMS, desde o fim do mês de junho. "Esse mercado (de disfunção erétil) tem um forte potencial de crescimento", afirmou Finotti. Esse setor movimenta cerca de 7 milhões de comprimidos por ano, considerando somente os produtos com patente. A expectativa inicial, com a versão genérica do Viagra, era de que esse mercado dobrasse. "Mas o bom desempenho das vendas (da EMS) indica que esse setor poderá mais do que dobrar e agregar até o fim deste ano cerca de R$ 100 milhões (US$ 57,1 milhões) de receita a mais", disse.

As vendas totais do mercado farmacêutico também cresceram no mesmo período. Dados da Pró Genéricos, com base no levantamento feito pela consultoria IMS Health, mostram que foram negociadas 979,7 milhões de unidades entre janeiro e junho, aumento de 18% sobre os 832,1 milhões no mesmo período do ano passado. As vendas das indústrias totalizaram R$ 16,9 bilhões (US$ 9,7 bilhões), o que representa crescimento de 20% em relação aos R$ 14,059 bilhões (US$ 7,14 bilhões) registrados no primeiro semestre do ano passado. Segundo Finotti, enquanto as farmacêuticas tradicionais trabalham atualmente com uma capacidade ociosa entre 30% e 40%, as dedicadas ao segmento de genéricos estão operando a plena carga, acima de 95%.