Demanda por fertilizantes mantém ritmo forte

Valor Econômico - 19/06/2008

A demanda brasileira por fertilizantes contrariou as expectativas e seguiu superaquecida em maio, apesar do progressivo aumento dos preços do insumo, que em média estão entre 120% e 150% superiores aos praticados nesta mesma época do ano passado, de acordo com estimativas de agricultores. Segundo dados preliminares da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), as entregas das empresas misturadoras - que comercializam o produto final - às revendas em todo o país somaram 1,970 milhão de toneladas em maio, 19% mais que no mesmo mês de 2007 (1,655 milhão de toneladas). Com o resultado, recorde para um mês de maio, nos primeiros cinco meses de 2008 as entregas acumuladas alcançaram 9,075 milhões de toneladas (outro recorde), 20% acima de igual intervalo do ano passado. De janeiro a abril, o crescimento foi de 20,3%, o que comprova que não houve desaceleração significativa da demanda. Eduardo Daher, diretor-executivo da Anda, garante que a freada virá, até porque previsões de consultores e indústrias do segmento para o ano ainda apontem incremento de 8% a 10%. Entre os fatores que levam Daher a acreditar na diminuição do ritmo das entregas está a antecipação de compras já visando o plantio da safra 2008/09, que vai começar no quarto trimestre do ano. No mercado acredita-se que 1,5 milhão das 9 milhões de toneladas entregues até maio serão destinadas à nova temporada. O executivo lembra que o contínuo encarecimento dos fertilizantes no país, em linha com o comportamento do mercado internacional, estimulou grande parte dessas antecipações, que também ganharam fôlego com a preocupação de escassez do insumo no país no segundo semestre. Daher afirma que há estoques suficientes e que não haverá desabastecimento. Ainda de acordo com a Anda, de janeiro a produção nacional de fertilizantes cresceu 7%, enquanto o salto das importações foi de 13%. Os produtos importados abastecem entre 65% e 70% da demanda brasileira por adubo.