08/07/10 07h11

Demanda por crédito do BNDES chega a US$ 540 mi

Valor Econômico

A linha de crédito do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ProCopa Turismo, criada para financiar construção e reformas de hotéis para a Copa de 2014, despertou o interesse dos empresários do setor. Lançada em fevereiro, sua dotação inicial de R$ 1 bilhão (US$ 556 milhões) já está praticamente esgotada. Pedidos de financiamento apresentados à instituição de fomento somam até agora R$ 973 milhões (US$ 540,5 milhões), dos quais R$ 729 milhões (US$ 405 milhões) para novos estabelecimentos e R$ 243 milhões (US$ 135 milhões) para reforma.

Com a demanda aquecida, a ProCopa Turismo pode ter a dotação aumentada pelo banco, como foi sinalizado pela direção do BNDES durante o lançamento do programa. Levando em conta as contrapartidas das empresas, os projetos indicam um investimento total no setor hoteleiro do país de R$ 1,6 bilhão (US$ 889 milhões), com participação de quase R$ 1 bilhão (US$ 556 milhões) do banco. Os recursos da linha estão à disposição para edificação de estabelecimentos ou reformas em qualquer cidade do país, mas as capitais e cidades sede da Copa 2014 têm uma particularidade: os empreendimentos nestas cidades podem ser feitos com financiamento direto do banco (sem intermediação do agente financeiro) a partir de R$ 3 milhões (US$ 1,7 milhão). No caso dos demais municípios, financiamento direto só a partir de R$ 10 milhões (US$ 5,6 milhões).

O custo de captação do dinheiro do ProCopa Turismo é um dos mais baixos do banco - TJLP (6%) mais remuneração do banco de 0,9% e taxa de risco de crédito de até 3,57% -, e o prazo de pagamento pode ir até 18 anos, o maior da instituição de fomento. Mas para contar com condições mais favoráveis de crédito o tomador da linha terá que enquadrar seu projeto dentro de um dos dois subprogramas do ProCopa: projeto de empreendimento ambientalmente sustentável e/ou de eficiência energética. O prazo de pagamento será de 18 anos para novas unidades classificadas como construção sustentável, que agregam exigências como racionalização do uso de água e gestão de resíduos. Para o selo de eficiencia energética, o banco fixa 15 anos para novos estabelecimentos. Nos casos de projetos de ampliação, reforma ou modernização prazo de até 10 anos para selo de eficiência energética e de até 12 anos, para hotéis sustentáveis.

A participação máxima do BNDES no investimento pode chegar a até 100% no caso de micro, pequenas e médias empresas, que também serão isentas de taxa de intermediação financeira, no caso de financiamento indireto. O banco participa com até 80% do investimento total das grandes empresas no empreendimento e cobra uma taxa de intermediação financeira de 0,5% em caso de operação indireta com agentes.