31/05/10 11h15

Demanda estimula investimento de fabricante de plásticos no país

Valor Econômico

O "mundo dos plásticos" está ganhando mais espaço. O aquecimento da economia brasileira em 2010, com crescimento estimado em até 7%, joga os holofotes sobre as indústrias de produtos plásticos, que vivem este ano um dos seus melhores momentos. As projeções são de expansão entre 8% e 10%, superando o período mais agudo da crise financeira global durante o fim de 2008 e em boa parte do ano passado, que restringiu a demanda no país. A recomposição da renda, o que eleva o poder de consumo, os investimentos em infraestrutura no país, a expansão do mercado automobilístico, alimentos e bebidas são alguns dos pilares de sustentação para essas indústrias. São aproximadamente 11,5 mil no país, que deverão obter faturamento de até 15% - estima-se mais de R$ 41 bilhões (US$ 22,8 bilhões) este ano.

O impulso vem de todos os lados. As empresas preparam investimentos, seja no aumento da capacidade de produção de suas fábricas, modernização de máquinas e até mesmo aquisições. Os aportes este ano podem atingir cerca de R$ 4,1 bilhões (US$ 2,28 bilhões), um crescimento de 21% em relação ao ano passado, seja para atender à crescente demanda das indústrias de alimentos e bebidas, construção civil e o setor automobilístico, principalmente. No primeiro trimestre deste ano, o setor de produtos transformados de plásticos registrou forte recuperação. A produção de laminados cresceu 25,6% quando comparada com o mesmo período de 2009. O desempenho no área de embalagens plásticas foi 17,37% maior e o de artefatos plásticos diversos também subiu 25%, de acordo com dados da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico). Esse bom desempenho no período reflete uma forte retomada, mas vale lembrar que foi sobre o primeiro trimestre de 2009, que teve uma fraca performance por conta da crise.

A Vitopel é uma das empresas embaladas pelo otimismo. A empresa, uma das maiores da terceira geração do setor petroquímico, pretende fazer uma grande aquisição este ano para elevar sua capacidade de produção no país. Com três fábricas - duas no Brasil, localizadas em Mauá, na Grande São Paulo, e em Votorantim, no interior do Estado, e a terceira em Córdoba, na Argentina - soma uma capacidade para processar 150 mil toneladas por ano de filmes flexíveis para embalagens. José Ricardo Roriz Coelho, presidente do grupo Vitopel, informou que há conversas adiantadas para fechar uma aquisição. Além disso, a empresa planeja investir em torno de US$ 50 milhões para elevar a produção no Brasil.

A produção nacional de transformados de plásticos ficou em torno de 5,19 milhões de toneladas em 2009, com aumento de 1% sobre o ano anterior. A expectativa é de que fique entre 8% e 10% maior este ano. O consumo aparente foi de 5,38 milhões de toneladas, alta de 1,6% sobre 2008, segundo a Abiplast. Boa parte das indústrias desse setor opera com capacidade acima de 80%.