27/07/10 09h41

Demanda em alta motiva ajuste de turnos

Valor Econômico – 27/07/10

Embora a economia tenha começado a dar sinais de que a expansão no segundo semestre poderá não repetir o forte ritmo exibido nos primeiros meses do ano, companhias de diferentes portes, atuantes nas áreas de construção civil e ligadas à indústria automobilística, tiveram de promover ajustes nos turnos de produção para dar conta das encomendas adicionais. Na Suvinil, da Basf, e na divisão de tintas automotivas, da DuPont, há fábricas que estão operando 24 horas por dia, 7 dias por semana. Na Randon, foi retomado o terceiro turno e na MWM International Motores, os funcionários vão receber a parte do salário que não foi paga à época da redução de jornada diante do forte desempenho verificado no primeiro semestre.

O ajuste de turno corresponde à medida mais imediata para aumentar o uso da capacidade instalada, uma vez que projetos de ampliação e novas instalações têm prazo de maturação maior, são mais caros e definitivos. É o caso da DuPont, que implantou um regime "especial" em áreas críticas para a produção de tintas automotivas, como dispersão de pigmentos e desenvolvimento de cor. "Algumas das áreas da fábrica de Guarulhos (SP) estão operando com capacidade plena", explica o diretor da divisão DuPont Automotive Systems na América Latina, Antonio Carlos Oliveira.

A indústria de materiais de construção também está crescendo em ritmo forte e, para atender a demanda, está aumentando a produtividade. Segundo pesquisa da Abramat (Associação Brasileira de Materiais de Construção), os fabricantes estão operando com 87% da capacidade produtiva. No início do ano passado, as empresas operavam a uma capacidade média de 78%. "O patamar atual é uma média, há várias indústrias operando com índice próximo de 100% da capacidade", afirma Melvyn Fox, presidente da entidade. Há quatro anos, a Abramat faz uma pesquisa com cerca 50 empresas para saber a intenção de novos investimentos no curto e médio prazo. Um total de 76% dos entrevistados afirmou que já está investindo ou pretende investir no aumento da capacidade. "Historicamente, é o nível de intenções de investimento mais alto já detectado pelo levantamento", diz Fox.