20/01/11 11h54

Demanda em alta estimula a Tupy a investir US$ 155,3 milhões até 2012

Valor Econômico

Com a capacidade de produção tomada próxima ao limite, a fundição Tupy, com sede em Joinville (SC), se prepara para investir R$ 264 milhões (US$ 155,3 milhões) em expansão durante os próximos dois anos. Os investimentos farão a companhia ampliar a capacidade de produção em 28%, atingindo 640 mil toneladas até 2012. Hoje, o volume produzido é de cerca de 500 mil toneladas.

No ano passado, a empresa já havia investido R$ 143 milhões (US$ 84,1 milhões) em um projeto de expansão mais antigo, suspenso em função da crise que eclodiu em 2008. Uma nova linha de cabeçotes e pequenos blocos de motores começará a entrar em funcionamento a partir deste mês. De acordo com o presidente da Tupy, Luiz Tarquínio Sardinha Ferro, a demanda por autopeças vem puxando a retomada do crescimento da companhia. "Estamos com praticamente 100% da capacidade tomada, mas no setor de autopeças já estamos com overbooking", diz.

Na planta de Joinville, uma área em que a Tupy está instalada desde 1954, o reaquecimento da demanda levou a empresa a desmontar um pavilhão de cerca de 50 anos, onde funcionava uma unidade de fabricação de sistemas de segurança, como freios, discos e suspensões. A obra, prevista para ser concluída em 2012, vai abrigar uma nova linha de fundição de blocos de motor em ferro vermicular, uma liga que permite mais leveza e resistência nos projetos automotivos. A linha terá capacidade para 120 moldes por hora quando estiver em pleno funcionamento. Os investimentos levarão à contratação de 450 novos funcionários na unidade de Santa Catarina.

Em Mauá (SP), onde a unidade industrial é mais dedicada para a fabricação de grandes blocos de motor para veículos pesados, também estão previstos investimentos na ordem de R$ 25 milhões (US$ 14,7 milhões). Segundo Tarquínio, o foco dos investimentos na unidade de São Paulo são a modernização do processo produtivo. Em 2010, a empresa concluiu as obras de ampliação da área de usinagem, com dois novos pavilhões para linhas de pré-usinagem e usinagem de blocos de motores, especialmente os blocos em ferro vermicular.

As vendas para o mercado externo, em especial os Estados Unidos, mostraram crescimento. Com isso, as exportações que tiveram um ano tímido em 2009 voltaram a representar 45% do faturamento da Tupy no ano passado. Para o presidente, embora a Europa não dê sinais muito positivos de crescimento, a média de exportações deve se manter durante 2011.

Apesar de o balanço de 2010 ainda não estar concluído, Tarquínio acredita em um ano positivo para a empresa. Até o terceiro trimestre do ano, a Tupy tinha apresentado uma receita líquida de R$ 1,4 bilhão (US$ 823,5 milhões), superior aos R$ 865 milhões (US$ 439,1 milhões) conquistados no mesmo período de 2009. Segundo o presidente, o número global do ano passado deve fechar próximo a 2008, um ano considerado excelente para a Tupy. Naquele exercício, a empresa obteve um faturamento de cerca de R$ 1,7 bilhão (US$ 929 milhões)