29/11/07 11h31

Demanda aquecida de PCs provoca febre de produção

Valor Econômico - 29/11/2007

A forte demanda registrada pelo mercado brasileiro de computadores nos últimos meses - principalmente dos equipamentos vendidos no varejo -, está levando os fabricantes a investir maciçamente na produção desses equipamentos. De multinacionais como Dell e Hewlett-Packard (HP), até companhias nacionais de diferentes portes, a regra tem sido construir novas fábricas ou ampliar as instalações existentes. As duas investidas mais recentes, anunciadas ontem, reforçam esse cenário. Enquanto a Sony apresentou sua primeira linha de notebooks Vaio feita no país, a Philips anunciou sua entrada no mercado de computadores portáteis. O detalhe que dá a dimensão da efervescência do mercado local que é os micros da Philips serão produzidos e vendidos exclusivamente no Brasil. Só no terceiro trimestre, as vendas de computadores aumentaram 26,7%, segundo a consultoria IDC, com 2,3 milhões de unidades vendidas. Os notebooks avançaram 142,4%, para 420 mil unidades. Até o fim do ano, projeta o IDC, serão vendidas 8,9 milhões de máquinas, incluindo micros de mesa e portáteis. Ao que tudo indica, o ritmo continuará acelerado nos próximos anos, uma boa notícia para quem investe na produção. A previsão é de que os micros de mesa ou desktops perderão força, mas a procura pelos notebooks será grande o suficiente para garantir o vigor dos negócios. Como o mercado precisará de volumes cada vez maiores, os fabricantes expandem o chão de fábrica. Em maio, a Dell abriu uma fábrica em Hortolândia (SP), na qual investiu R$ 130 milhões (US$ 74,7 milhões). Para 2008, a previsão é de que os investimentos vão superar os deste ano, disse Raymundo Peixoto, presidente da Dell, no início da semana. A HP, principal concorrente global da Dell, fez um movimento em setembro, ao anunciar um acordo de produção com a Foxconn, de Taiwan, especializada em manufatura sob encomenda. Com duas fábricas no país - em Manaus (AM) e Indaiatuba (SP) - a Foxconn abriu a terceira unidade, em Jundiaí (SP), com investimento de R$ 40 milhões (US$ 23 milhões). As companhias brasileiras acompanham a rota dos investimentos, sob duas frentes distintas. Uma é formada por empresas mais conhecidas do público, que brigam diretamente com as multinacionais. É o caso da Positivo, líder do mercado brasileiro, segundo o IDC. A outra frente de batalha é a de empresas mais recentes, que trabalham com volumes menores, mas vêem no crescimento generoso do mercado a oportunidade de aproveitar oportunidades antes inexistentes.