13/05/10 11h16

Demanda anima empresas de fertilizantes

Valor Econômico

A boa demanda brasileira por fertilizantes no primeiro trimestre, inclusive com a antecipação de compras do insumo já visando à próxima safra de grãos de verão (2010/11), cujo plantio só começará no fim do terceiro trimestre, animou as principais empresas de capital aberto da área a esperar um 2010 de resultados positivos.

A Heringer, que tem seu foco nas vendas de produtos ao consumidor final e está entre as três maiores companhias do segmento, beneficiou-se da normalização do mercado no começo deste ano, após a paradeira geral do início de 2009, e vendeu mais, sobretudo para soja, milho e cana. A companhia encerrou o primeiro trimestre com receita líquida de R$ 652,7 milhões (US$ 373 milhões), 1,9% maior que em 2009, mas com retração de 13,1% no resultado operacional, que ficou em R$ 10 milhões (US$ 5,7 milhões), e prejuízo líquido de R$ 18,7 milhões (US$ 10,7 milhões).

A Fosfertil, maior fabricante de matérias-primas para a produção de adubos do país, comunicou à CVM que a receita líquida somou R$ 558 milhões (US$ 318,9 milhões)  no primeiro trimestre do ano, 17% menos que no mesmo período de 2009, mas que o resultado operacional subiu 14%, para R$ 101 milhões (US$ 57,7 milhões), e o lucro líquido cresceu 9%, para R$ 41 milhões (US$ 23,4 milhões). O controle da empresa, antes nas mãos das multinacionais Bunge, Mosaic e Yara, está sendo transferido para a Vale, que anunciou a aquisição de suas respectivas participações no início do ano e está concluindo o negócio.

Em ambos os casos - Heringer e Fosfertil - a receita entre janeiro e março deste ano foi pressionada pela redução de preços, já que os volumes vendidos aumentaram. A variação cambial teve efeito adverso para o resultado líquido da Heringer. Mas, conforme Carlos Dalton Heringer, presidente da empresa, o horizonte é positivo. "Os preços em real estão mais baixos, o que estimula a demanda, e os estoques de passagem voltaram aos níveis históricos", disse ele. Após alcançarem 6,8 milhões de toneladas na virada de 2008 para 2009 - a demanda total de 2008 somou pouco mais de 22 milhões de toneladas -, os estoques caíram para 3,5 milhões de toneladas na passagem de 2009 para este ano.