21/09/09 10h07

Delta eleva suas apostas no segmento

Valor Econômico

A nova norma da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) beneficia, além de usinas, empresas que queiram negociar etanol e não sejam, necessariamente, ligadas a produtores ou distribuidores. A Delta Energia, empresa que nasceu como comercializadora de energia elétrica no mercado livre e agora se prepara para avançar sobre outras commodities, é um desses grupos animados com a nova regra.

A Delta já deu seus primeiros passos no setor de etanol ao investir este ano em armazenagem e estocagem em Ribeirão Preto (SP), principal polo produtor de cana do país. Um conjunto de quatro tanques adquiridos pela empresa pode estocar 41 milhões de litros de etanol, comprados de diversas usinas.

A empresa tem um projeto de expansão para 61 milhões de litros até o próximo ano - o equivalente à produção anual de uma usina de médio porte. Até a divulgação da nova norma, a Delta restringia-se por lei a comercializar seus estoques com o mercado externo. "Já foi vendido um total de 30 milhões de litros para Japão, Coreia do Sul e outros países da Europa", diz Rubens Parreira, sócio da empresa.

Mas com a possibilidade de negociar com distribuidoras nacionais, a perspectiva da Delta cresce bastante. Parreira conta que, pelo fato de o Brasil hoje exportar apenas 15% da produção de etanol, o fato de a comercializadora poder negociar dentro do país com distribuidoras diversas multiplica seu potencial em quase seis vezes.  A demanda por álcool combustível no país é cada vez mais firme. Entre janeiro a agosto deste ano, o crescimento mensal foi da ordem de 25%, com consumo de 2 bilhões de litros.