31/03/10 11h31

Delphi aposta em desenvolvimento e expansão no país

Valor Econômico

Uma das maiores fabricantes mundiais de autopeças e recém-saída da concordata que durou quase quatro anos, a americana Delphi planeja retomar os investimentos no Brasil, diante das perspectivas positivas para o setor automobilístico nacional. Neste ano, a operação local deverá receber US$ 40 milhões, acima da média aplicada anualmente para a manutenção dos negócios, de US$ 30 milhões. A cifra, porém, ficará abaixo dos US$ 60 milhões aportados em 2008, o melhor ano para o setor automotivo local. "Acabamos de inaugurar uma fábrica e estamos ampliando a produção em outra. E vamos implantar novas unidades nos próximos anos", afirmou o presidente da Delphi para a América do Sul, Gábor Déak.

A aposta no país não tem foco exclusivamente comercial. Para a empresa, o Brasil também representa importante polo de desenvolvimento tecnológico, com destaque para a área de sistemas para motores flex. "Não vemos no Brasil iniciativas para levar a tecnologia flex para outros mercados, mas pode haver aí uma grande oportunidade", afirmou o diretor mundial de tecnologia da companhia, Andrew Brown, em visita a São Paulo. Para o executivo, a indústria nacional deve explorar "mais e mais" sua vocação para o desenvolvimento de veículos pequenos e econômicos - nicho que apresenta o maior potencial de crescimento, em sua avaliação.

De volta à estratégia comercial, a Delphi inaugurou em fevereiro uma nova unidade de produção de chicotes elétricos (sistemas de transmissão elétrica e de dados) em Conceição dos Ouros (MG). Além disso, se prepara para ampliar a produção de compressores de ar condicionado variáveis (sem o liga e desliga característico dos compressores fixos) na única fábrica da América do Sul destinada a esses sistemas, em Jaguariúna (SP). Segundo Déak, hoje, a demanda por esse tipo de compressor chega a 1,8 milhão de unidades por ano, mas a companhia não tem condições de atender.

Investimentos em expansão e o crescimento da produção e vendas de automóveis no país deverão resultar em alta de 5% a 10% no faturamento da Delphi na América do Sul em 2010, conforme previsão da empresa. No ano passado, as receitas na região totalizaram US$ 1,03 bilhão - Brasil, com 11 fábricas, e Argentina, com uma, responderam por 94% do valor -, praticamente em linha com o verificado em 2008.