Deere amplia a aposta em inovação no Brasil
Valor EconômicoA americana John Deere, uma das maiores fabricantes de máquinas agrícolas do mundo, inaugurou ontem, em Campinas (SP), um Centro de Agricultura de Precisão e Inovação. Segundo Paulo Herrmann, presidente da múlti no Brasil, a unidade está em linha com a nova fase da agricultura no país, marcada por uma valorização cada vez maior da eficiência. E as expectativas da companhia com o mercado brasileiro são elevadas, já que a estimativa é que em até quatro anos o Brasil supere os Estados Unidos em termos de uso da agricultura de precisão.
"Eu ficarei pessoalmente decepcionado se, em três ou quatro anos, o Brasil não ultrapassar os americanos", disse Sam Allen, presidente global Deere & Co., durante a inauguração do centro. De acordo com o executivo, há no Brasil propriedades maiores e com uso mais intenso de tecnologia que nos EUA. Além disso, o fato de o país conseguir colher mais de uma safra por temporada agrícola permite que o produtor arrisque mais na busca por soluções para aumentar a sua eficiência.
Mas, se por um lado o potencial de crescimento brasileiro é alto, por outro os problemas de conectividade geram dúvidas da aplicabilidade de algumas ferramentas da agricultura de precisão. "Reconhecemos que esse é o grande gargalo e estamos trabalhando em soluções. Até o fim do ano, teremos algo a anunciar nessa área", afirmou Allen.
O novo centro terá cerca de 100 desenvolvedores de três áreas atualmente fragmentadas na companhia - Latic, o centro de inovação da América Latina, o Grupo Soluções Inteligentes, sediado em Urban Dale e que realocará três funcionários no Brasil, e a Auteq, uma empresa de software e computadores de bordo.
De acordo com Allen, a recuperação das vendas de máquinas agrícolas no mercado brasileiro continuará ao longo de 2017. Conforme a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), no mês passado as vendas foram 52,5% maiores que em fevereiro de 2016. "Eu conversei com concessionárias e elas apontaram que a tendência vai continuar". A Anfavea ainda prevê que as vendas crescerão 13% neste ano |no Brasil, enquanto a John Deere trabalha com um incremento de entre 15% e 20% na América Latina.