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Dedini investirá em destilaria para produzir álcool a partir do bagaço

Valor Econômico - 17/07/2007

A Dedini Indústria de Base, de Piracicaba (SP), e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) anunciam hoje, em Piracicaba (SP), que vão investir juntas cerca de R$ 100 milhões (US$ 52 milhões) para desenvolver tecnologias para a produção de álcool a partir da celulose e para o uso da palha da cana-de-açúcar na co-geração de energia. Uma destilaria para a produção industrial de álcool a partir da celulose deverá ser implantada pela Dedini para que a companhia dê continuidade ao seu projeto de DHR (Dedini Hidrólise Rápida), tecnologia que permite a produção de álcool por meio do bagaço da cana. Esse processo, desenvolvido pela Dedini, utiliza uma tecnologia chamada rota hidrólise ácida, que permite o reaproveitamento do bagaço para a produção de álcool, afirmou ao Valor Sérgio Leme, vice-presidente da companhia. Segundo o executivo, a Dedini já tem uma planta-piloto em operação na usina São Luiz, que pertence ao grupo Dedini Agro, em Pirassununga (SP). "Essa planta deverá ser implantada em um ano". Essa tecnologia começou a ser pesquisada pela empresa em 2003 e permite dobrar a produção do álcool com a mesma área plantada, com a utilização do bagaço adicionado à cana. Nessa parceria público-privada, a Fapesp deverá entrar com 50% dos recursos e a Dedini com a outra metade, segundo Leme. O acordo de cooperação será assinado durante a Simtec (Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia da Agroindústria Sucroalcooleira), que está em sua quinta edição. No caso da palha, as duas parceiras querem desenvolver equipamentos para o aproveitamento total da palha da cana, que hoje pouco é utilizada no processo produtivo da cadeia sucroalcooleira. "Boa parte da palha é desperdiçada. Queremos reaproveitar essa palha na co-geração de energia", disse o executivo.