01/04/09 10h50

Dedini abre o leque e aposta no exterior

Valor Econômico - 01/04/2009

Fortemente afetada pela crise que atingiu boa parte das usinas de açúcar e álcool do país, a Dedini Indústrias de Base, de Piracicaba (SP), optou por aprofundar a diversificação para expandir seus negócios. No Brasil, a empresa vai elevar a aposta em equipamentos para os setores de energia, mineração e siderurgia para amenizar os problemas na área sucroalcooleira. No exterior, pretende definir até o fim deste semestre a abertura de uma filial na África e outra na Índia.

A estratégia da diversificação foi adotada com sucesso pela companhia nos anos 90, quando o setor sucroalcooleiro também atravessou sérios percalços. Para garantir sua sobrevivência, a Dedini passou a produzir equipamentos para as indústrias de bebidas, que então viviam ótima fase. Com isso, tornou-se referência na fabricação de equipamentos para este segmento. Com faturamento de R$ 2,2 bilhões (US$ 1.2 bilhão) no ano passado e controle 100% familiar, a companhia também começou a elaborar um processo de reestruturação de seu capital, que poderá resultar na entrada de um novo investidor ou mesmo em um aporte do BNDES, por meio do braço de participações do banco, o BNDESPar.

De acordo com Sérgio Leme, CEO da Dedini, o segmento de açúcar e álcool, que respondeu nestes últimos anos por até 60% do faturamento da companhia, perderá espaço. A partir de 2009, a fatia cairá para algo entre 40% e 45%. Os equipamentos voltados para área de energia - que incluem caldeiras para cogeração de energia a partir do bagaço e construção de PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) - e os segmentos de mineração e siderurgia vão ganhar mais espaço no portfólio da companhia. A Dedini também atua nos segmentos de bebidas, tratamentos de efluentes e saneamento. "O setor de infraestrutura é o que mais oferece potencial de crescimento e vamos focar nele", afirmou Leme. Neste segmento, a área de fundição está aquecida, com pedidos até para exportação.