07/07/08 15h16

De empresa em empresa, Grupo Brasil já fatura US$ 937,5 mi

O Estado de S. Paulo - 07/07/2008

Eles fazem parte de um grupo discreto de empresários que não gosta de badalações e nem de aparecer na mídia. Em apenas oito anos, construíram um grupo que fatura R$ 1,5 bilhão (US$ 937,5 milhões) com cinco empresas do setor de autopeças. A sexta unidade está sendo incorporada agora, com a compra da Karmann-Ghia, um ícone da indústria automobilística nos anos 60. A maioria delas estava em dificuldades. Foram reestruturadas e hoje dão lucro. O advogado Sebastião Luis Pereira Lima e o administrador de empresas Antônio Campello Haddad prestavam consultoria em gestão industrial e na compra e venda de empresas em dificuldades. Em 2000, ao invés de intermediar um negócio, ficaram com ele. Era o início do Grupo Brasil, hoje com 7,2 mil funcionários. Desde então, a cada dois anos uma nova empresa foi sendo adquirida pelos sócios e a perspectiva é de continuar crescendo. A Metalúrgica de Tubos de Precisão (MTP), a primeira empresa do grupo, era uma divisão de tubos deficitária para a Mannesmann, que decidiu se desfazer do negócio. Lima e Haddad foram chamados para avaliar a venda. Acabaram formando uma sociedade e ficaram com a empresa, instalada em Guarulhos (SP). Segundo Haddad, todas as empresas compradas "eram o zero depois da vírgula de grandes corporações", unidades que não faziam parte do negócio principal ou davam prejuízos. No ano passado, garantiram lucro líquido de R$ 28,5 milhões (US$ 14,8 milhões) ao grupo, 195,6% a mais que no exercício anterior. Em 2002, outro grande grupo, a Acesita, colocou à venda a Sifco, sua unidade de peças forjadas de Jundiaí (SP), pois queria concentrar sua atuação na área de aço inox. O Grupo Brasil disputou e ficou com a divisão, que apresentava baixa rentabilidade. Junto com a Sifco, o grupo assumiu a Westport, um braço de distribuição de produtos da marca nos Estados Unidos. A Alujet, comprada em 2004 de um grupo nacional que saiu do ramo automobilístico, produzia 28 mil rodas por ano em Vinhedo (SP) e hoje faz 60 mil. Com capital nas mãos, os sócios pagaram à vista, assim como fizeram com a fundição BR Metal, pertencente à ThyssenKrupp, que abandonou essa atividade no Brasil e em outros países há dois anos - as fábricas de Barra do Piraí (RJ) e Matozinhos (MG) foram incorporadas ao Grupo Brasil. Paralelamente ao setor metalúrgico, os sócios entraram no ramo plástico, com a Vulcan e a Alkor Draca. Para administrar os dois negócios, criaram a holding Brascon, com a divisão metalúrgica administrada pelo Grupo Brasil e a divisão de plásticos sob o guarda-chuva da ILP.