29/09/09 14h39

De carona, pequenas empresas se tornam globais

O Estado de S. Paulo

A internacionalização de companhias brasileiras está abrindo portas para pequenas e médias empresas no exterior. Como fornecedoras ou prestadoras de serviços, elas pegam carona no boom de investimentos internacionais de grandes grupos. Além de ajudar a conquistar clientes lá fora, algumas parcerias acabam estimulando as pequenas a buscar certificações técnicas e se tornarem mais ágeis e competitivas também no mercado doméstico.

A empresa especializada na instalação de canteiros de obras Canteiro, de Santa Isabel (SP), deu o primeiro passo de sua internacionalização em 2004, ao firmar um contrato com a construtora Odebrecht. Desde então, já montou seus espaços em empreendimentos na Venezuela, República Dominicana e Angola. Cinco anos depois, o faturamento com projetos internacionais representa 20% do total da companhia, conta um dos sócios, Sérgio Boff.

O país africano, que passa por intensa reconstrução, após o fim da guerra civil que durou mais de duas décadas, tem papel de destaque nesse resultado. Ali, a empresa já espalhou seus canteiros por uma área de 50 mil metros quadrados. A parceria com a Odebrecht ajudou a dar visibilidade para a Canteiro, que está expandindo sua atuação em Angola. Há dois anos, a Canteiro passou a fornecer para outros clientes no país. "Estando lá, ficou mais fácil fazer os contatos", acredita Boff. Entre os novos clientes, estão grupos locais e nacionais como Engepar e Atlantis.

Milton Torrecilhas, diretor da empresa de componentes elétricos PJ, de São Paulo, também vê a internacionalização como uma garantia de faturamento. "Com as vendas externas, posso correr atrás de novos negócios e fortalecer outras áreas no mercado doméstico. O cuidado tem de ser redobrado.Não podemos errar".