Dassault Falcon vai ampliar em 50% capacidade no Brasil
Valor Econômico
A Dassault Falcon, empresa de aviação executiva da fabricante francesa de aviões, vai aumentar a capacidade instalada no Brasil para serviços este ano como parte da estratégia de crescimento.
"Vamos aumentar entre 50% ou dobrar nossa capacidade em serviços", disse em entrevista ao Valor o presidente mundial da Dassault Falcon, John Rosavallon. "Estamos definindo o local, mas deverá ser em São Paulo", disse o executivo que participa da feira de aviação executiva organizada pela Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), no aeroporto de Congonhas - a 10ª Labace (Latin America Business Aviation Conference & Exhibition). O evento começou ontem e vai até amanhã.
A empresa francesa opera desde 2009 um centro de serviços em Sorocaba, no interior de São Paulo, cujo hangar é capaz de atender simultaneamente até três aviões Falcons. "Não faz sentido investir nesse tipo de ampliação para aumentar a capacidade em 5% ou 20%. Ou aumentamos em 50% ou dobramos a capacidade", disse Rosavallon.
O executivo afirmou que a empresa vai contratar técnicos e engenheiros, mas admite a dificuldade de encontrar esse tipo especializado de mão de obra disponível. "É um mercado concorrido."
A Dassault tem fechadas para este ano cinco entregas no Brasil. "Devemos empatar ou ter um desempenho levemente superior ao registrado em 2012", disse Rosavallon. "Por enquanto, a economia fraca ou o câmbio apreciado não impactaram nossos negócios", afirmou.
A empresa tem, atualmente no Brasil, 45 aeronaves em operação com clientes locais, e planeja fechar o ano com mais de 50. No ano passado, as entregas chegaram a seis unidades, número que a companhia projeta ao menos igualar até dezembro.
Carlos Petiz, assistente de vendas internacionais da Dassault Falcon no Brasil, diz que entre os 12 primeiros nomes de milionários brasileiros divulgados pela Forbes, oito são clientes da companhia francesa. O modelo Falcon 7X é o maior sucesso de vendas da empresa no Brasil. Tem autonomia para 11 mil km sem escala, transporta até 19 passageiros - embora seja configurado para 12 - e preço de US$ 50 milhões. Seus principais concorrentes são o Gulfstream G550 e o Bombardier Global XRS. Há três décadas vendendo jatos no Brasil, a francesa possui 30 aviões em operação no país.
"Percebemos uma demanda forte por parte das empresas também", disse Rosavallon. "Para companhias de atuação nacional, com uso intensivo, a aeronave própria se mostra competitiva ante o taxi aéreo", afirmou o presidente mundial.
Segundo a Abag, ao longo de 2012, das 878 aeronaves que entraram no sistema, 253 são novas e 625 usadas. Outras doze aeronaves mudaram de categoria de utilização, mas o saldo de canceladas atingiu 19 unidades. Com esse movimento, o valor da frota executiva brasileira em 2012 teve um crescimento percentual de 16%, atingindo US$ 13,36 bilhões, segundo o a última edição do anuário brasileiro de aviação geral.
Dentre os segmentos que mais cresceram, o destaque foi o aéreo privado, que aumentou 6,7% para 8,9 mil unidades, enquanto a fatia de taxi aéreo teve avanço menor, de apenas 1%, para 1,6 mil unidades.