Reservas dobrarão em 2022, diz ANP

O volume de reservas provadas de petróleo do Brasil deve dobrar até 2022. A expectativa é da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Segundo a autarquia, o montante atual de reservas provadas de petróleo do país é de 15,6 bilhões de barris. As reservas provadas de gás natural somam 458,2 bilhões de metros cúbicos de gás natural.

"Temos segurança de dizer que, com relação aos planos de desenvolvimento que já estão em curso e apresentados à ANP, do ponto de vista da expectativa de desenvolvimento da produção, em um futuro muito próximo, em 2022, vamos ter condições de dobrar tanto as reservas quanto a produção [de petróleo]", afirmou ontem Helder Queiroz, diretor da ANP, em seminário de petróleo e gás organizado pela agência de índices de mercado de commodities e outros indicadores Argus, no Rio de Janeiro.

A produção de petróleo do Brasil hoje é pouco superior a 2 milhões de barris por dia. A expectativa, segundo a Petrobras, é que esse volume alcance 5 milhões de barris diários em 2020, dos quais 4,2 milhões de barris diários serão produzidos pela companhia.

Segundo Queiroz, o Brasil vai se tornar um exportador líquido "relevante" de óleo bruto nos próximos oito anos. O diretor estima que o país exportará algo entre 1,5 milhão e 1,8 milhão de barris diários de óleo até 2022.

O diretor reafirmou que a ANP deverá realizar uma nova rodada de licitações de blocos exploratórios de petróleo e gás natural, no regime de concessões, em 2015. Ele também explicou que não há tendência de aumentar os requisitos de nacionalização de bens e serviços nos próximos leilões.

"É sempre necessária uma revisão de procedimentos para que tenhamos um bom equilíbrio entre a velocidade de implementação de sistemas de produção, em função da necessidade do país, compatibilizada com a capacidade da indústria nacional de fornecer bens e serviços. Essa equação não é trivial. Mas não há tendência, até porque os requisitos já são considerados elevados e desafiadores para as operadoras", explicou o diretor da ANP.

Presente ao evento, o diretor executivo da Barra Energia, Renato Bertani, afirmou que a companhia espera fazer outras descobertas de petróleo semelhantes nas proximidades do promissor prospecto de Carcará, na camada pré-sal do bloco BM-S-8, na Bacia de Santos. "Carcará talvez seja o melhor poço de pré-sal [já perfurado] em relação à espessura e porosidade", disse ele.

A Barra tem 10% do bloco. A Petrobras é a operadora da região, com 66%. Os demais sócios são QGEP (10%) e Galp (14%).