Atech vai equipar aeroportos na Índia
Valor EconômicoA Atech, do grupo Embraer Defesa & Segurança, foi contratada pela Autoridade de Aeroportos da Índia (AAI) para implantar um sistema de gestão e controle de fluxo de tráfego aéreo, que integrará os dados das companhias aéreas, aeroportos e órgãos de controle.
Segundo o presidente da Atech, Jorge Ramos, adiantou ao Valor PRO, serviço em tempo real do Valor, o contrato está avaliado em US$ 18,5 milhões. Sua execução terá início ainda este mês e o prazo de implantação é de 30 meses. A Atech participou de uma concorrência internacional.
"Com este projeto, estamos fornecendo soluções e produtos que são resultado das nossas atividades de pesquisa e desenvolvimento e projetando globalmente uma tecnologia crítica nacional", afirmou.
O executivo disse que a Atech se destacou entre as demais empresas concorrentes pela expertise no desenvolvimento de projetos de grande complexidade, como a integração de todo o setor aéreo brasileiro em um sistema único de gerenciamento de tráfego.
A Atech é hoje uma das dez empresas do mundo que dominam a tecnologia do controle e gestão de tráfego aéreo. Esta capacitação permitiu que o Brasil atingisse a autonomia no gerenciamento do seu espaço aéreo.
O presidente da Atech diz que o sistema que será fornecido para a Índia, batizado de SkyFlow ATFM, permite que os órgãos de controle do tráfego aéreo atuem para equilibrar a capacidade e a demanda aérea, garantindo a segurança das operações, a regularidade e a pontualidade dos voos.
O executivo afirma que o setor de transporte aéreo da Índia tem grande potencial de crescimento. Segundo dados da AAI, até 2020 o volume de passageiros embarcados deve atingir 452 milhões/ano, tornando a Índia o terceiro maior mercado de aviação do mundo. O investimento previsto para atender a esta demanda foi estimado em US$ 120 bilhões.
Um sistema semelhante ao da AAI está em operação no CGNA (Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea), no Rio de Janeiro. O Sigma (Sistema Integrado de Gestão de Movimentos Aéreos) foi desenvolvido pela Atech para adequar o crescimento da demanda do setor à capacidade de infraestrutura aeronáutica disponível hoje no território nacional.
A experiência da Atech nesta área, segundo explica Ramos, veio com o desenvolvimento e a modernização de todos os centros de controle e defesa do espaço aéreo do Brasil, sendo responsável pela implantação do Sagitário, uma versão mais moderna do sistema de tráfego aéreo brasileiro, operado nos Cindactas (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo) de Brasília, Curitiba, Manaus e Recife.
A empresa participou da concepção do Sivam/Sipam (Sistema de Vigilância e Proteção da Amazônia), como integradora brasileira de sistemas. Desenvolveu e integrou os sistemas de missão da aeronave P-3 Orion, de patrulha marítima, da Força Aérea Brasileira (FAB). O projeto foi desenvolvido em conjunto com Airbus Defence and Space na Espanha.
A experiência adquirida pela Atech no Sivam a credenciou para participar, junto com a Embraer, do fornecimento de um sistema similar para a vigilância e proteção da Biosfera Maia, na Guatemala.
Esse sistema também contempla seis aviões Super Tucano, radares, um sistema de comando e controle, comunicação, computação e inteligência (C4i), um centro de operações aéreas e um sistema de suporte operacional e de entretenimento computadorizado para pilotos e técnicos.