D-Link, de Taiwan, reestrutura operação na América Latina
Valor EconômicoA D-Link, fabricante taiwanesa de equipamentos de rede e de monitoramento de segurança, mudou a estrutura de suas operações na América Latina para ganhar eficiência. Unificou centros de distribuição, aprimorou a gestão de estoques e criou centros de competência para integrar as áreas administrativas da região.
As mudanças ocorrem desde a chegada de André Marchiori à presidência da empresa na América Latina, em agosto. O executivo, com passagem por múltis de tecnologia como IBM, Brightstar e Antel Communications, veio para conduzir a reorganização.
A empresa enxugou a estrutura ao unificar áreas como a gestão da cadeia de suprimentos ('supply chain'), de produtos e de recursos humanos em centros de competência. Antes, cada país tinha sua própria estrutura administrativa. Agora, aquele com as melhores práticas para a área fica responsável por apoiar o restante da região. A unidade de 'supply chain' foi centralizada no Brasil.
A D-Link também fechou os centros de distribuição que tinha no México e na Colômbia para centralizar a operação em Miami (EUA). Agora são duas unidades para despacho de produtos na América Latina: a americana e a brasileira. Sob um novo modelo de gestão de estoque, a transferência dos produtos do centro de distribuição de Miami para o Brasil acontece 'no último minuto', o que preserva o capital de giro e, portanto, fortalece o caixa.
Em 2014, a empresa afirma ter registrado crescimento de dois dígitos na América Latina. A expectativa é manter ao menos igual patamar neste ano. Segundo Marchiori, as mudanças estruturais trouxeram pouco efeito de custo e vão reduzir gastos e melhorar a margem de lucro. O executivo estima que a melhora de eficiência vai trazer um aumento de receita de 3% a 5% ao longo do ano.
As receitas globais da D-Link somaram 7,56 bilhões de novos dólares taiwaneses (US$ 238,5 milhões) no terceiro trimestre de 2014, queda de 7,3% em relação a um ano antes. Devido ao enfraquecimento das moedas de países emergentes, diminuíram as encomendas e distribuidores adiaram projetos, o que reduziu as receitas. Os países emergentes e a Ásia-Pacífico representaram 63% do faturamento da D-Link nos três meses até setembro. A Europa, 21%, e a América do Norte, 16%. O balanço para o período de outubro a dezembro será divulgado em março.
O Brasil é o maior mercado da D-Link na América Latina e está entre os dez primeiros no mundo. A empresa tem produção local, principalmente de modens, em parceria com um fabricante de Minas Gerais desde o segundo semestre de 2014. As fábricas da companhia estão em Taiwan e na China. Em Barueri (SP) fica o centro de distribuição e o único laboratório no mundo fora da matriz, usado para simular o uso dos aparelhos nas condições locais.
No decorrer deste ano, chegarão ao Brasil a maior parte dos lançamentos de casa conectada apresentados na CES, feira americana de eletrônicos, em janeiro. São câmeras de monitoramento, aparelhos para controle de iluminação, gerenciamento de energia, sensores para detecção de fumaça e inundação, alarmes de segurança e outros equipamentos, controlados por um aplicativo no celular.
O mercado de equipamentos de rede cresce no Brasil. A consultoria IDC estima alta de 5,9% nas vendas de roteadores em 2014, principalmente pela retomada de investimentos de operadoras de telecomunicações, após uma fraca base em 2013. As vendas de comutadores (switches) devem subir 5,5%, pois empresas estão se adaptando ao tráfego crescente de informações em rede e as vendas de redes locais sem fio (WLAN) devem crescer 33%, refletindo a tendência de maior mobilidade corporativa e a vantagem da implementação simples dos equipamentos, diz o gerente de telecom da IDC Brasil, João Paulo Bruder.