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Crystalsev vende fatia de projeto de biodiesel à Amyris

DCI - 29/05/2009

As companhias estrangeiras voltam a avançar sobre o setor sucroalcooleiro. Apesar de o governo brasileiro afirmar que irá incentivar as fusões e aquisições nesse segmento são as multinacionais quem estão reaquecendo o mercado. A negociação mais recente foi comandada pela empresa americana de tecnologia Amyris que acaba de adquirir parte da trading brasileira Crystalsev na joint venture formada há um ano pelas duas companhias para o projeto pioneiro de produção de diesel renovável a partir da cana-de-açúcar no País.

A Crystalsev é controlada da Santelisa Vale, que no mês passado já havia vendido parte dos ativos à francesa Louis Dreyfus Commodities (LDC). A empresa negocia ainda uma parceria com outra americana, a Dow Chemical, para a produção de plástico a partir do etanol. Uma decisão final sobre o futuro de acordos como estes só deve sair quando os detalhes da operação de venda da Santelisa Vale forem divulgados, o que deve ocorrer até o início do segundo semestre.

Apesar das empresas não terem revelado os valores da operação já se sabe que a produção diária inicial de diesel, que é de 300 litros, deve chegará a 5 mil litros, a partir de junho com a inauguração prevista de uma unidade de demonstração. A Amyris iniciou, há cerca de um mês, a produção experimental de diesel na unidade instalada no município de Campinas, em São Paulo.

O principal desafio da produção do combustível a partir da cana é atingir uma escala industrial, mas estima-se que, já em 2010, seja possível produzir o biocombustível em escala comercial. A Amyris já produz e comercializa biodiesel desde abril do ano passado e hoje conta com duas plantas piloto em operação. Além da unidade de Campinas, que será ampliada, a empresa tem uma planta instalada na Califórnia, nos Estados Unidos. A tecnologia utilizada pela Amyris permite modificar o DNA da cana e secretar diesel em vez de álcool, resultando em um combustível puro, sem enxofre, que faz com que o dióxido de carbono (CO2) liberado seja reabsorvido, via fotossíntese.