02/10/08 11h28

Crise não afetará produção em 2008, diz Sindipeças

Valor Econômico - 02/10/2008

O mercado automobilístico brasileiro não deverá sentir os efeitos da crise econômica americana até o fim do ano. A explicação dada por representantes do setor de autopeças é que todos os pedidos referentes ao último trimestre de 2008 estão fechados. E no caso de uma elevação nas taxas de juros para o financiamento de veículos, a percepção é de que os efeitos só serão sentidos a partir de janeiro ou fevereiro do ano que vem. Os dados de setembro, divulgados ontem pela Federação Nacional de Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave), corroboram com a percepção de que os resultados de 2008 já estão garantidos. Conforme a entidade, em setembro foram emplacados 254.182 veículos das categorias leves e comerciais, o que significa uma alta de 10% em relação ao mês anterior e de 30,94% na comparação com setembro de 2007. No acumulado do ano, a evolução é de 26,87%, num total de 2,09 milhões de unidades vendidas. De acordo com Luis Gonzalo Guardia Souto, diretor-geral da Sabó para a América do Sul, as conversas com as montadoras ainda mantêm a previsão de um crescimento entre 5% e 10% no ano que vem, o que já havia sido estimado antes do agravamento da crise americana nas duas últimas semanas. O Sindipeças também divulgou ontem suas estimativas para o encerramento do ano. Nelas, a previsão é de que o país produza pouco mais de 3,5 milhões de veículos , uma alta de 18,1% sobre 2007, quando foram fabricados cerca de 2,97 milhões de unidades. Para 2009, a previsão anunciada em abril e ainda não revisado é de que sejam fabricados 3,6 milhões de veículos. O presidente do Sindipeças optou por não atualizar as projeções para o ano que vem justamente por conta da indefinição dos mercados. "Se tivéssemos revisado, é provável que teríamos errado", declarou o executivo. Além da produção, a entidade informou que o segmento de autopeças presente no Brasil vai faturar cerca de R$ 76,7 bilhões (US$ 40 bilhões) em 2008, um crescimento de 9,6% sobre o ano passado.