24/03/08 11h39

Crescem as vendas externas de produtos médico-hospitalares

Gazeta Mercantil - 24/03/2008

As exportações brasileiras da indústria de insumos e equipamentos médico-hospitalares, odontológicos e de laboratórios alcançaram US$ 525 milhões no ano passado, um crescimento de 13,8% quando comparadas as de 2006, conforme levantamento do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi) realizado para a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratório (Abimo), entidade que reúne 310 associadas que, juntas, respondem por 91% do faturamento do setor. O diretor-executivo da Abimo, Hely Audrey Maestrello, considerou o resultado positivo, já que ficou além da meta de US$ 507 milhões estimada junto com a Apex-Brasil, mas reconheceu que a entidade tinha expectativas mais otimistas. "A idéia era ficar entre US$ 550 milhões e US$ 600 milhões, mas o câmbio não ajudou", disse, observando que a desvalorização do dólar deixou menos competitivas, principalmente, as pequenas e médias empresas do setor, que "tiveram dificuldades para manter preços lá fora". "Muitas operaram com margens bastante apertadas, ou até com prejuízos, para manter os clientes externos." Se as medidas que começaram a ser implantadas para conter a queda da moeda norte-americana surtirem efeito, Maestrello acredita que o setor possa encerrar este ano com exportações de pelo menos US$ 620 milhões. O executivo ressaltou também que o câmbio favoreceu o aumento das importações, engrossadas ainda pela política de isenção de impostos para insumos e produtos que não têm produção nacional similar. "Muitas vezes, com apenas um recurso tecnológico a mais, que nem sempre será utilizado, o aparelho já é considerado sem similar local e não sofre a incidência de tributos." A concorrência desses importados tem prejudicado a indústria local e incrementado o déficit do setor, disse. Entre os destaques nas exportações, Maestrello listou as vendas de produtos odontológicos, que passaram de US$ 71 milhões em 2006 para US$ 82 milhões no ano passado. O segmento, que exporta para mais de 150 países, é o único superavitário do setor e finalizou 2007 com balança comercial positiva de US$ 47 milhões. O segmento com maior participação no total das exportações é o de material de consumo (agulhas, seringas, curativos, entre outros produtos) que totalizou US$ 254 milhões em 2007, em relação aos US$ 232 milhões do ano anterior. As vendas externas do segmento de implantes (capítulo que agrega implantes ortopédicos, mamário e válvulas cardíacas biológicas, por exemplo) foram as que mais cresceram em termos percentuais, passando de US$ 56,09 milhões em 2006 para US$ 80,5 milhões no ano passado. Os únicos segmentos em queda foram os de diagnóstico por imagem (de US$ 24 milhões em 2006 para US$ 22 milhões no ano passado) e de produtos para laboratórios (passou de US$ 31 milhões para US$ 27 milhões).