01/10/07 11h43

Cresce captação externa para financiar o campo

Valor Econômico - 01/10/2007

Em busca de reduzir o custo do dinheiro, e favorecido pela elevada liquidez nos mercados financeiros globais, o setor de agronegócios tem provocado um forte aumento na demanda por captação de recursos no exterior. Tradings, cooperativas e produtores rurais têm sofisticado suas operações para aproveitar o bom momento de queda na percepção de risco de crédito do país, a estabilidade da moeda e a demanda internacional por alimentos aquecida nos principais mercados. Dados do Banco Central consolidados pelo Banco do Brasil mostram a ampliação do fluxo das operações para R$ 177,82 bilhões (US$ 97,3 bilhões) entre janeiro e agosto deste ano. Este volume significa um aumento de 4,7% em relação aos R$ 169,85 bilhões (US$ 78 bilhões) registrados em todo o ano de 2006. Nesse cálculo estão incluídas transações comerciais e financeiras em modalidades como Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC), Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE) e operações de pré-pagamento para investimentos, internalização de recursos (Resolução nº 4131 do BC) e a chamada "63 Caipira". As operações de financiamento externo ajudam a fixar margens de lucro, financiar e comercializar a produção de forma antecipada. Com isso, induz à adoção de mecanismos de proteção (hedge) cambial, o que evita o descasamento entre os contratos em dólar ou euro e a cotação do produto em real. O hedge é feito por contratos futuros em bolsas ou a termo, como o "Non-Deliverable Forward" (NDF), que garante uma taxa de câmbio futura para a moeda base do contrato. Embora encarada como uma operação complexa, que exige ainda mais organização e instrumentos de auditoria das atividades, a captação externa tem seduzido grandes produtores.