02/10/09 10h01

Crédito para investimentos cresce a US$ 89,5 bi

DCI

A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 - que, segundo analistas pode chegar a 6% - está motivando as empresas a voltar a investir em ampliação e modernização de plantas. Dados do Banco Central mostram um crescimento de 16,4% em julho, em relação a junho (último dado disponível), nos empréstimos de longo prazo, a saldo de R$ 161,1 bilhões (US$ 89,5 bilhões). O BC considera de longo prazo os vencimentos superiores a 1.088 dias.

Como comparação, o crescimento dos empréstimos com esse prazo em três meses, entre maio e julho, foi de 16,2%.Para o professor de Finanças do Ibmec Brasília (DF), Mauro Miranda, esse é o momento das indústrias se movimentarem para crescer. "Para aproveitar o crescimento do próximo ano, é necessário fazer o investimento necessário antes. Há boas oportunidades agora para que se posicionem frente a 2010", diz. Para ele, esse é o momento de "pôr o dinheiro para trabalhar".

"Durante a crise, os empréstimos tomados eram de curto prazo, para passar pela turbulência. Agora, os investimentos devem ser de longo prazo, e a indústria necessita levantar esse capital também com prazos alongados para fazer frente a esses projetos", diz o acadêmico.

O professor de Finanças do Ibmec Minas Gerais (MG), Eduardo Coutinho, lembra que grande parte desse crédito vem via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). "Já é uma sinalização de retorno de investimentos, não só em capital de giro, como também no crescimento em 2010", analisa. Quem estiver preparado, garante ele, irá aproveitar melhor.

Os desembolsos do BNDES chegaram a R$ 84,2 bilhões (US$ 46,8 bilhões) este ano, até agosto, o maior volume da história da instituição nesse período. O volume representou um crescimento de 59% em relação aos oito primeiros meses de 2008. A expectativa do banco é, até setembro, ultrapassar o desembolso recorde do ano passado, de R$ 92,2 bilhões (US$ 51,2 bilhões). Ainda segundo o BNDES, o desempenho foi puxado por infraestrutura e indústria, com 84% das liberações, R$ 70 bilhões (US$ 38,9 bilhões).