Crédito cresce mais na classe média
Valor Econômico - 24/11/2006
O atual ciclo de expansão de crédito está chegando mais à classe média do que ao pequeno tomador de empréstimos, mostram dados divulgados ontem pelo Banco Central. As operações de crédito até US$ 2,3 mil, que em dezembro de 2004 correspondiam a 39% dos valores contratados pelos bancos, hoje respondem por apenas 35,5% das carteiras a pessoas físicas, segundo as novas estatísticas, relativas ao mês de setembro. A faixa de empréstimos que mais cresce é a com valores entre US$ 2,3 mil e US$ 23 mil. Sua participação no total de crédito a pessoa física subiu de 42,2% para 46,9% entre dezembro de 2004 e setembro de 2006. A participação dos empréstimos com valor acima de R$ 50 mil caiu de 18,8% para 17,6% no mesmo período. Os dados, divulgados pela primeira vez pelo Banco Central, foram coletados a partir das operações informadas pelos bancos à central de risco de crédito, que reúne todos os empréstimos bancários. O crescimento é atribuído às operações de financiamento na faixa de US$ 2,3 mil a US$ 23 mil a duas linhas de crédito em especial: os empréstimos consignados e os financiamentos para a aquisição de veículos. O crédito consignado respondia, em dezembro de 2004, a 23,9% do total de operações a pessoas físicas, enquanto que em setembro de 2006 representavam 27,9% do total. Já a participação dos financiamentos de veículos aumentou de 18,4% para 19,8% no período. Alguns financiamentos tipicamente de baixo valor também cresceram, mas não a ponto de compensar o crescimento do crédito consignado e dos financiamentos de veículos. A participação dos financiamentos à aquisição de outros bens que não veículos - como eletrodomésticos - no total de crédito a pessoa física subiu de 2,6% para 3,6%, sempre na comparação entre dezembro de 2004 e setembro de 2006.