27/12/07 14h52

Crédito chega a 36% do PIB, maior nível desde 1995

O Estado de S.Paulo - 27/12/2007

Embalado pelo aquecimento da economia, por juros menores e pela corrida dos consumidores às compras de Natal, o volume de crédito na economia deve se aproximar neste fim de ano da cifra de R$ 1 trilhão, (US$ 562 bilhões) cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB), o mais alto índice desde o auge do Plano Real, em 1995. De acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados ontem, em novembro, o crédito já havia atingido R$ 909 bilhões (US$ 511 bilhões) e, em apenas 11 dias de dezembro, cresceu mais 3%. Em 2007, a expansão do crédito está sendo puxada principalmente pelas pessoas físicas, ou seja, o consumidor comum, que obteve do sistema financeiro 31,3% a mais de recursos do que em 2006. A modalidade que mais cresce é a do financiamento imobiliário (70,3% no ano), seguida do crédito consignado (32,8%), aquela em que o trabalhador toma o dinheiro emprestado no banco e tem a prestação descontada automaticamente do seu salário no fim do mês. Outro setor que está em expansão é o crédito para aquisição de veículos, que bateu em R$ 79,5 bilhões  (US$ 44,7 bilhões) em novembro, uma expansão de 25,3% desde o ano passado. Com a aproximação do Natal, as compras com cartão de crédito também subiram, atingindo R$ 17,6 bilhões (US$ 9,9 bilhões) em novembro, 3,5% a mais do que em outubro e 31,2% a mais do que no mesmo mês de 2006. A boa notícia de fim de ano, segundo o BC, é que, em geral, o dinheiro está chegando ao bolso do consumidor a um custo cada vez mais baixo. A taxa de juros cobrada da pessoa física caiu de 52,1% ao ano no fim de 2006 para 44,8% em novembro, a menor desde o início do Plano Real. Além do crédito para consumo, o crédito à produção está crescendo em quase todos os setores. Na indústria, por exemplo, já são R$ 205,2 bilhões (US$ 115,3 bilhões) em operações, 24,7% a mais do que em 2006. Na construção civil, a expansão é de 24,4%, e no comércio, 21,7%.