17/12/08 10h30

Cosipa e Fosfértil montam projeto inédito

Valor Econômico - 17/12/2008

Ao embarcar até 40 mil toneladas de aço por navio, quando a dragagem do canal de Piaçaguera for concluída, a Cosipa economizará o equivalente a um navio em cada quatro usados. Atualmente, as embarcações estão limitadas a 30 mil toneladas devido ao assoreamento de mais de uma década. Cosipa e Fosfértil, ambas com terminais portuários próprios, uniram-se para realizar a primeira dragagem com controle ambiental do país, ao custo de R$ 50 milhões (US$ 21,7 milhões). Região crítica sob o aspecto ambiental, exigiu duras compensações para a deposição dos sedimentos retirados do fundo das águas, mediante um projeto de quatro fases, uma delas concluída em agosto (junto aos berços de atracação), outra em andamento (trecho final do canal), a terceira a ser licenciada e a quarta, licenciada em novembro e não iniciada. Segundo a Cosipa, a dragagem de manutenção é necessária para manter uma navegabilidade segura. A empresa diz que é preciso apenas recuperar as condições normais e seguras de navegabilidade, permitindo aos navios que operam com a capacidade máxima. Mas o trabalho de aprofundamento no porto de Santos, no trecho mantido pela Codesp, vai criar um desnível. Enquanto o porto terá 15 metros de calado, o trecho da Cosipa e Fosfértil terá 12 metros. O engenheiro Sérgio Pompéia, especializado em questões ambientais portuárias e conhecedor do estuário de Santos, afirma que o "desnível deverá ser feito com suavidade. Se for de forma abrupta, poderá causar erosão; tem de ser feito um ajuste na área de contato (entre os dois níveis de dragagens)". Segundo Paulino Vicente, diretor de infra-estrutura da Codesp, "de fato, haverá maior assoreamento na região, mas esse aumento de volume está previsto nos dois ciclos de dragagem de manutenção que vamos contratar; além disso, a manutenção não será iniciada apenas após o término do aprofundamento, será concomitante", diz. Com o aumento da calha e da largura do estuário para navegação, que em algum ponto chegará, na média, a 450 metros, o volume normal a ser dragado passará da média de 2,8 milhões de m3 por ano, para 3,8 milhões de m3.