09/04/10 11h22

Cosan expande atuação no comércio açucareiro

Valor Econômico

A Cosan, maior produtora de açúcar e etanol do Brasil, pretende expandir sua atuação no comércio internacional de açúcar por meio de serviços adicionais como contratação de frete e venda direta ao consumidor final. Segundo o vice-presidente da Cosan SA, Colin Butterfield, que assumiu o comando da divisão Cosan Alimentos há pouco mais de um mês, a empresa atualmente vende açúcar na modalidade FOB Santos, deixando para as tradings os serviços de transporte e os contatos com compradores externos.

"Queremos passar a ser algo mais próximo de uma trading, passar a agregar novas metodologias, novos riscos e novas arbitragens", disse Butterfield durante evento promovido quinta-feira pela companhia em São Paulo. Segundo ele, o volume de açúcar negociado pela empresa, em torno de 4 milhões de toneladas, é equivalente ao movimentado por grandes tradings globais. "Hoje vendemos FOB Santos e as tradings levam para os destinos... Estamos pensando em como agregar mais valor à nossa commodity", diz Butterfield.

Ele afirmou que a companhia "tomou um susto" com o tamanho da queda do preço do açúcar nos últimos 50 dias, quando o produto foi de aproximadamente 30 centavos de dólar por libra-peso para 16 centavos. "Esperávamos que era para estabilizar em um patamar menor, mas a velocidade da queda nos surpreendeu", afirmou, acrescentando que trabalha com cenário de consolidação dos valores em torno dos níveis atuais.

O executivo afirmou que para o mercado interno a estratégia é deixar de ser uma empresa só de açúcar, adicionando outros gêneros alimentícios ao portfólio, aproveitando a capilaridade de distribuição que a Cosan já possui, servindo a aproximadamente 12 mil estabelecimentos. "Agregar produtos faz sentido, pois temos capilaridade, marca e força de venda". Segundo ele, a ideia de levar outros produtos para o varejo pode se dar por meio de parceiros ou produção própria. Achocolatados com a marca União, por exemplo, seriam uma possibilidade.