Cosan chega ao fim da safra de cana com moagem 30% maior
Valor Econômico - 22/11/2006
O Grupo Cosan, maior produtor de açúcar e álcool do país, encerrou o processamento de cana de nove das 17 usinas da companhia. A expectativa é de que as outras usinas do grupo paulista terminem a moagem da matéria-prima nos próximos dias. A previsão é de que as 17 usinas da companhia devem moer cerca de 36,5 milhões de toneladas em 2006/07, volume 30,3% maior que o ciclo anterior (2005/06), de 28 milhões de toneladas. O aumento da moagem de cana do grupo reflete as aquisições feitas pela companhia nos últimos meses, casos da Corona, com duas unidades, usinas Mundial e Bom Retiro. A empresa não divulgou ainda estimativa de moagem para 2007/08, mas especula-se no mercado que o grupo processe cerca de 38 milhões de toneladas de cana na próxima safra. No centro-sul do país, o processamento da cana em 2006/07 deve atingir cerca de 370 milhões de toneladas, 10% maior que o ciclo anterior. As recentes chuvas sobre os canaviais devem atrasar o encerramento da moagem, que estava prevista para o fim de novembro. Segundo a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), pelo menos 2% da safra de cana deve ficar "em pé", ou seja, nos próprios canaviais. Em palestra em Londres, a convite da Organização Internacional do Açúcar (ISO, em inglês), Rubens Ometto Silveira Mello, presidente do Grupo Cosan, disse que as exportações de álcool em 2013 podem chegar a 6 bilhões de litros, o dobro do previsto para esta safra. As exportações de açúcar podem alcançar 27 milhões de toneladas, 39,8% maior que os volumes previstos para esta safra, de 19,3 milhões de toneladas, segundo a Dow Jones Newswires. Segundo Silveira Mello, as usinas brasileiras precisarão aumentar em mais de 3 milhões de hectares a área plantada com cana-de-açúcar no país. Atualmente, os canaviais ocupam 6 milhões de hectares. Há no país projetos de 89 usinas novas até 2013.