21/12/10 10h57

Corn Products investe para ampliar produção

Valor Econômico

Um ano e meio depois de sua matriz americana quase ter sido vendida para a multinacional Bunge, a Corn Products Brasil anuncia investimentos de R$ 170 milhões (US$ 100 milhões) nos próximos dois a três anos no país para aumentar sua capacidade de processamento de milho, ampliar linhas de produção e desenvolver novos ingredientes. Com perfil discreto, a empresa controlada pela Corn Products International está no Brasil há 81 anos e produz ingredientes à base de milho para as indústrias de alimentos, bebidas, nutrição animal, farmacêutica e de embalagem e papel.

O destino dos R$ 170 milhões (US$ 100 milhões) será as unidades da companhia em Cabo de Santo Agostinho (PE), Mogi Guaçu (SP) e Balsa Nova (PR), segundo o presidente da Corn Products Brasil, Carlos Alberto Bianco. "O mercado está crescendo como um todo, mas a maior ênfase será na unidade do Nordeste", afirma. A razão é evidente: a Corn quer ampliar sua produção de ingredientes no Nordeste para atender à crescente demanda das indústrias de alimentos e bebidas na região, que vive um aumento expressivo no consumo graças à melhoria na renda. A prioridade é o Nordeste, mas também são necessários investimentos nas duas outras unidades já consolidadas, diz o executivo, há quatro anos na presidência da empresa e há 32 anos no grupo. Além dessas três, a Corn tem plantas ainda em Conchal (SP) e Alcântara (RJ).

Com os recursos, explica Bianco, a empresa vai ampliar sua capacidade de moagem de milho, hoje em 1,4 milhão de toneladas por ano, e também as linhas de produção de ingredientes, como xaropes de glicose, xaropes de alta maltose, amidos de milho, corantes, maltodextrinas, óleos e outros. Nas três unidades, haverá obras de construção civil para a ampliação das instalações, e a expectativa da Corn é que as novas linhas de produção em Cabo de Santo Agostinho (PE) e Balsa Nova (PR) entrem em operação a partir do último trimestre do ano que vem. Para Mogi Guaçu, a previsão é 2012.

O Brasil, que respondeu por 15% da receita de US$ 3,7 bilhões da Corn Products International em 2009, é fundamental na estratégia da companhia. E é, atualmente, um mercado ainda mais atrativo, o que explica os investimentos. "O Brasil é visto como um mercado diferenciado, com estabilidade econômica e uma classe mais baixa migrando para a classe média. Por isso a expectativa é de bons resultados", argumenta Bianco. Dentro da estratégia de crescimento do portfólio de ingredientes no Brasil, Bianco não exclui aquisições no segmento.