15/09/09 09h44

Contrato com CPTM marca volta da ABB às ferrovias

Valor Econômico

A ABB, tradicional fornecedora de equipamentos elétricos, fechou na semana passada um contrato de US$ 42 milhões com a CPTM para entregar as subestações de energia de três das maiores linhas da companhia. O contrato marca o retorno da ABB à área ferroviária, apostando no fornecimento de equipamentos para a expansão da rede no Brasil. Os planos miram os projetos bilionários na área ferroviária em gestação no momento, como a expansão do Metrô de São Paulo, o expresso aeroporto e o trem de alta velocidade (TAV).

Em 2003 a ABB vendeu a T Trans, uma das principais fábricas de equipamentos ferroviários do Brasil, e agora tenta voltar ao ramo. A ideia é crescer fornecendo sistemas e equipamentos para as novas linhas ferroviárias, e deixar de lado o material rodante, uma das especialidades da T Trans. Segundo Evandro Idalgo, diretor de sistemas de potência da companhia, hoje a ABB fornece cerca de 50% dos sistemas de telecomunicações das linhas pertencentes a mineradoras no país, fechou com a CPTM seu primeiro contrato em eletrificação e quer vender também centros de controle e sinalização.

O contrato com a CPTM pega uma carona no plano de expansão do governo paulista, um projeto com previsão de desembolsos de R$ 20 bilhões (US$ 10,8 bilhões) em trens urbanos e metrô. Os sistemas fornecidos pela ABB fazem parte de um projeto para reduzir os intervalos entre os trens metropolitanos de 15 minutos para 5 minutos nas linhas 11, 10 e 8 - as mais movimentadas da rede. A ABB tem prazo de 18 meses para produzir e instalar os sistemas para a CPTM. Parte do equipamento a ser fornecido será produzido na unidade do grupo em Guarulhos, e parte virá de suas unidades localizadas na Finlândia e Polônia. A ABB teve um faturamento mundial de US$ 38 bilhões no mundo, US$ 1,8 bilhão deles no Brasil - a maior parte em equipamentos industriais e de transmissão de energia elétrica.