Contém 1g deixa o perfume e eleva receita com maquiagem

Valor Econômico - 18/06/2008

Criada em 1984 como uma fabricante de perfumes inspirados em fragrâncias famosas, a Contém 1g está deixando de vender perfumes e cremes. Agora, o seu objetivo é se tornar uma empresa exclusivamente de produtos de maquiagem. Em 2006, as vendas de sombra, batom e afins representavam 45% da receita e neste ano já equivalem a 70%. "Se esse crescimento for mantido, em 2009 toda nossa produção será de maquiagem", explica Rogério Rubini, fundador da Contém 1g, que possui uma fábrica em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo. O tamanho das lojas vai aumentar. Até agora a marca era vendida em quiosques ou pequenas lojas, cuja área não ultrapassava 30 m2. Agora, a idéia é ter lojas amplas de até 100 m2 vendendo somente maquiagem. Três delas - nos shoppings Bourbon, Villa-Lobos (SP) e Balneário de Camboriú (SC) - já foram inauguradas nesse formato. O resultado da mudança foi um aumento expressivo no faturamento. "Na loja do Villa-Lobos, que foi reformulada, a receita cresceu mais de duas vezes", diz Rubini. No total, a Contém 1g conta com 200 pontos de venda distribuídos pelo país e a meta é inaugurar até o final deste ano outras 20 lojas nesse novo conceito. A estratégia de focar no segmento de maquiagem e nas mulheres na casa dos 30 anos por conta do seu maior poder aquisitivo, adotada a partir de 2006, gera bons frutos para a Contém 1g, que por muitos anos foi conhecida pelo público adolescente. Há dois anos, a receita das lojas somava R$ 74 milhões (US$ 34 milhões) e a projeção para este ano é chegar a R$ 110 milhões (US$ 61,3 milhões). É um crescimento representativo, uma vez que entre 2003 e 2006 não foram abertas novas unidades da marca. A Contém 1g investe cerca de 2,5% da receita da fábrica em pesquisa e desenvolvimento de produtos que vendem a promessa de melhorar a pele da consumidora. O aumento no poder aquisitivo da população e a tendência de maquiagem que traz benefícios à pele são um dos principais motores de crescimento do setor de maquiagem no mercado brasileiro. Em 2006, o setor de maquiagem registrou vendas líquidas de R$ 1,1 bilhão (US$ 505,3 milhões). Foram R$ 957 milhões (US$ 393,2 milhões) no ano anterior, segundo dados da Abiphec (Associação Brasileira da Indústria de Hiegiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos). O crescimento do segmento de maquiagem é superior ao do setor atendido pela entidade, que cresceu menos de 15%.