13/03/10 09h59

Consumo tem alta de US$ 277,8 bilhões

O Estado de S. Paulo

Os brasileiros gastaram quase R$ 500 bilhões (US$ 277,8 bilhões) a mais durante os sete anos do governo Lula. O consumo das famílias saiu de R$ 1,47 trilhão (US$ 746,2 bilhões) em 2002 para R$ 1,97 trilhão (US$ 1 trilhão) no ano passado. Os números são comparáveis porque foi descontada a inflação e os preços atualizados para 2009. O cálculo foi feito pela MB Associados com base nos dados divulgados na quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As projeções apontam para um crescimento de R$ 150 bilhões (US$ 83,3 bilhões) nos gastos das famílias brasileiras este ano, o que pode levar o consumo total para mais de R$ 2,1 trilhões (US$ 1,2 trilhão). É um número recorde, que ajuda a explicar a alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim do segundo mandato. Uma combinação de fatores positivos provocou essa explosão de consumo: crescimento econômico, forte expansão do crédito, geração de empregos (principalmente formais), aumento dos salários, câmbio valorizado e inflação controlada.

"O crescimento é a base, a inflação sob controle mantém o poder de compra e o crédito promoveu a alavancagem do consumo", disse o economista do JP Morgan, Júlio Callegari. Ele ressalta que o crédito ao consumidor (excluindo o imobiliário) saiu de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2002 para 14,8% em 2009 - um patamar semelhante ao dos países ricos.

Na avaliação do economista, outro fator importante para estimular o consumo é a valorização do real, que aumentou o poder de compra da população brasileira em dólares. É um fenômeno semelhante ao que ocorreu em 1994, no Plano Real. Para o professor da Universidade de Campinas Júlio Sérgio Gomes de Almeida, a geração de empregos com carteira assinada também foi fundamental para o aumento do consumo. "A previsibilidade da renda do emprego formal deu à população condição de gastar mais e tomar mais crédito", explica.