26/09/08 11h05

Consumo de máquinas segue alto

Valor Econômico - 26/09/2008

A indústria brasileira de máquinas e equipamentos continua apresentando resultados expressivos em 2008. E a situação pode melhorar ainda mais quando os efeitos da valorização do dólar em relação ao real forem sentidos nas importações, o que deve ocorrer no fim do ano. A previsão do setor é de que o faturamento vai crescer entre 15% e 17% na comparação com 2007, quando superou R$ 61 bilhões (US$ 31,6 bilhões). De janeiro a agosto, o consumo aparente de máquinas no país cresceu 32,7% em relação ao mesmo período de 2007, totalizando R$ 61,6 bilhões (US$ 37,8 bilhões). O indicador reflete a produção local, somada às importações e descontada as exportações. Conforme os dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) divulgados ontem, o faturamento das empresas aqui instaladas chegou a R$ 49,94 bilhões (US$ 30,6 bilhões) até agosto, uma alta de 24,9%. Para efeito de comparação, nos oito primeiros meses do ano passado o faturamento do setor havia crescido 11,7% sobre igual período de 2006 e o consumo aparente, 17%. Luiz Aubert Neto, presidente da entidade, apesar de reconhecer o momento favorável voltou a criticar o aumento das importações, que, na opinião dele, deve-se ao real valorizado. Os números da Abimaq de agosto mostram que as importações cresceram 48,8% no acumulado do ano e chegaram a US$ 14,4 bilhões, enquanto que as exportações somaram US$ 7,4 bilhões, avançando 14,9% sobre 2007. Agora, com a recente alta do dólar causada pela crise da economia americana, Aubert acredita que o primeiro impacto ocorrerá nas importações. Para ele, as exportações só deverão ser afetadas positivamente num horizonte de dois a três anos. A previsão da entidade para o saldo da balança comercial do setor em 2008 é de um déficit de US$ 12 bilhões. "Não estamos reclamando, queremos apenas condições isonômicas", disse. Segundo Aubert, isso se daria com desoneração da produção de bens de capital e maiores condições de financiamento. Em relação aos repasses do BNDES ao setor de máquinas, o executivo afirmou que aconteceram casos de atrasos de até 90 dias na liberação dos recursos via Finame. Já o BNDES informou, por meio de sua assessoria, que atendeu todas as solicitações, apesar de alguns atrasos pontuais. Conforme o banco, não há pendências de liberação de recursos. Em setembro foram concedidos R$ 3 bilhões (US$ 1,84 bilhão).