13/09/07 10h42

Consumo avança 5,9% no semestre, maior taxa desde 97

Folha de S. Paulo - 13/09/2007

Principal componente do PIB, o consumo das famílias cresceu 5,9% no primeiro semestre deste ano. Foi o melhor desempenho desde os seis primeiros meses de 1997 (7,1%), quando o país ainda vivia os efeitos positivos da estabilidade trazida pelo Real (1994). No segundo trimestre, a expansão ficou em 5,7% ante o mesmo período de 2006 -pouco abaixo dos 6% do primeiro trimestre. Pelo 15º quinto trimestre consecutivo (período equivalente a cinco anos), as famílias gastam mais com consumo. Na comparação livre de influências sazonais com o primeiro trimestre, a alta foi de 1,5%. Apesar da desaceleração no segundo trimestre, especialistas ouvidos pela Folha dizem que o consumo continua em um nível elevado. Segundo Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE, crédito maior para pessoas físicas -alta de 26,5% em termos nominais no segundo trimestre- e juros mais baixos explicam o bom desempenho do consumo. Outro importante fator, diz, é o aumento da massa salarial (5,2%) -resultado do crescimento tanto do emprego como da renda média. Com mais crédito e dinheiro no bolso, as famílias foram às compras. O resultado rebateu no crescimento do comércio -8,1% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2006. Nos primeiros três meses do ano, a expansão foi de 2%. Foi o segundo melhor desempenho dos subsetores do PIB, atrás apenas de intermediação financeira (bancos e seguros) -alta de 9,6%. De um valor total do PIB de R$ 630,2 bilhões (US$ 322,5 bilhões) no segundo trimestre, as despesas de consumo das famílias com bens e serviços somaram R$ 379,6 bilhões (US$ 194,3 bilhões) -ou 60%. O ritmo forte da demanda doméstica (tanto do consumo das famílias como dos investimentos) gerou um efeito positivo em vários setores, especialmente de serviços. É o caso de serviços de informação (telefonia, informática e outros) -alta de 7,5%- e distribuição e geração de energia, água e gás (6,1%). O setor de serviços como um todo teve crescimento de 4,8% no segundo trimestre. "Quando o PIB e o consumo crescem, serviços de telefonia, energia e outros naturalmente aumentam", disse Roberto Olinto Coordenador de Contas Nacionais do IBGE.