05/12/07 10h55

Construção prevê expansão recorde, apesar de gargalos

Folha de S. Paulo - 05/12/2007

A construção civil, setor que emprega 1,75 milhão de trabalhadores formais, vive o seu melhor momento no país desde os anos 70, mas seu crescimento já esbarra em gargalos como a escassez e o aumento de preços de terrenos, cimento, aço e equipamentos, além da falta de profissionais qualificados. Sustentado pelo crescimento da economia, pelo aumento da renda e pela expansão do crédito, o chamado PIB da construção civil deve fechar o ano com crescimento entre 7,9% e 9,3% -melhor desempenho desde 1986, época do Plano Cruzado, segundo o Sinduscon-SP, sindicato das construtoras. Com base nas contratações hoje de insumos e equipamentos, o Sinduscon-SP já prevê um crescimento para 2008 entre 10,2% e 14%, mesmo ritmo verificado à época do Milagre Econômico, nos anos 70. À época, a construção crescia em média 14% ao ano e o BNH (Banco Nacional de Habitação) fazia 400 mil financiamentos ao ano. Hoje, o mercado imobiliário comemora a liberação de 155,8 mil financiamentos com recursos da poupança de janeiro a setembro deste ano, 69,3% superior ao registrado no mesmo período de 2006. O valor financiado atingiu R$ 14,6 bilhões (US$ 8,2 bilhões), alta de 87% em relação a 2006. O Sinduscon-SP e o Secovi (sindicato da construção) rejeitam o rótulo de boom e falam que a indústria passa por um "novo patamar de crescimento sustentável" após anos de estagnação. Além do aumento do financiamento, as grandes construtoras também ampliaram seu caixa para investimentos por meio de abertura de capital na Bolsa. Só neste ano, 12 empresas captaram cerca de R$ 8 bilhões (US$ 4,5 bilhões) com o lançamento de ações, segundo o Sinduscon.