19/10/10 11h34

Construção civil investe em módulos para reduzir custos

Valor Econômico

Governo e setor privado estão juntando esforços para aumentar a competitividade e reduzir os custos e as perdas na construção civil. O trabalho passa pela implementação de uma nova norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que trata sobre a coordenação modular para edificações. É um instrumento voluntário para tornar compatíveis medidas na construção. A regra pode simplificar e baratear a execução de projetos nos canteiros de obras.

A norma entrou em vigor no dia 1º como resultado de um trabalho que reuniu representantes do governo federal e da indústria, com participação da academia. A norma da ABNT integra um conjunto de outras ações no âmbito da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) para a construção civil, diz Mário William Esper, diretor do departamento da indústria da construção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Ontem, fabricantes de diversos materiais usados na construção civil reuniram-se na Fiesp com integrantes do governo para conhecer detalhes da norma.

A coordenação modular é considerada um dos pilares para se industrializar a construção, processo pelo qual se transforma a tarefa de construir em uma atividade de montagem. A técnica permite o uso de kits e de componentes que são montados com maior facilidade em projetos de volume de construção, como é o caso da habitação popular. O BNDES criou uma linha de crédito de R$ 1 bilhão (US$ 588,2 milhões) para a construção civil que contempla a construção industrializada.

O programa do BNDES poderia estimular as empresas a adotar a norma da coordenação modular, na avaliação de técnicos do setor. Ana Cristina Costa, gerente de bens de consumo, comércio e serviços da área industrial do BNDES, diz que o programa BNDES Construção Civil, que inclui a construção industrializada, está em processo de fomento, sem operações contratadas. A outra ação dentro do programa é voltada para a qualidade na construção. A nova norma da ABNT adota medidas padronizadas. Por ela, os processos de fabricação teriam de passar a adotar uma medida padrão: o módulo básico de 100 milímetros. Mário Esper, da Fiesp, disse que a padronização significa que uma porta ou janela será produzida respeitando esse módulo, eliminando a variação de medidas utilizadas na fabricação de componentes.

Na opinião de especialistas, a aplicação da norma ganha importância em um cenário de crescimento da construção civil no país. A expansão do setor - impulsionado pelo crédito imobiliário - vai pressionar a cadeia produtiva a fornecer materiais com maior eficiência, menores custos e perdas.