03/11/09 11h07

Consolidação chega às pequenas usinas de cana

O Estado de S. Paulo

Enquanto o setor de açúcar e álcool nacional vive um momento de consolidação das grandes empresas, com a criação de gigantes mundiais, três experientes executivos do setor resolveram apostar na consolidação de usinas de pequeno e médio porte. Eduardo Pereira de Carvalho, Clayton Miranda e Roger Haybittle, os três egressos da ETH Bioenergia, criaram sua própria empresa, a Expressão Gestão Empresarial, e pretendem, em um primeiro momento, captar US$ 200 milhões com investidores privados no exterior para comprar, modernizar, consolidar e, posteriormente, vender usinas de pequeno e médio porte. Os recursos serão captados por um fundo de investimento privado (FIP), com assessoria financeira da Templar Gestão e Investimentos (TGI).

Carvalho explicou que existe no mercado sucroalcooleiro um número elevado de usinas com problemas que não despertam interesse de grandes companhias por causa de seu porte. O executivo contou que o objetivo é captar recursos num horizonte de médio prazo para adquirir participações nas usinas, reestruturá-las tecnologicamente e também reorganizar sua gestão. Para isso, será necessário que a Expressão detenha o controle da gestão, mesmo que não haja o controle acionário. "O objetivo é dar uma gestão única para esta série de usinas pequenas", disse.

A expectativa é criar um grupo com capacidade de moagem de cerca de 10 milhões de toneladas por ano. Carvalho ressaltou que o grupo mapeou um universo de cerca de 40 usinas em dificuldades financeiras, sua localização e a influência de grandes grupos sobre elas, além da capacidade de expansão de área plantada. "Fizemos uma triagem conservadora de potenciais usinas, considerando a questão logística", explicou Miranda. Dessa triagem, surgiu o grupo de 12 usinas que já estão em diferentes estágios de negociação neste momento.

O modelo de negócio, segundo especialistas, tende a dar certo. O consultor Plínio Nastari, presidente da Datagro, acredita que o setor precisa de novos modelos de consolidação para os pequenos. Segundo ele, a saída para que as pequenas usinas consigam competir com as maiores é exatamente a união entre elas.