02/10/09 09h52

Conhecimento interligado em alta velocidade

Agência Fapesp

Uma rede de fibras ópticas com capacidade de transmissão de 10 gigabits por segundo (Gbps) está à disposição dos pesquisadores baseados no Estado de São Paulo. Essa nova infraestrutura abre novas possibilidades de estudos colaborativos para cientistas paulistas, nas mais variadas áreas do conhecimento, além de conectá-los virtualmente à rede acadêmica mundial. O físico e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Luis Fernandez Lopez, explica que, no âmbito da rede acadêmica do Estado de São Paulo, a fundação paulista apoia dois projetos de internet: o projeto Kyatera e a rede ANSP.

O projeto Kyatera mantém uma rede de fibras ópticas que conecta todos os laboratórios de pesquisa do Estado que precisem de acesso com mais capacidade de banda à internet e desenvolvem estudos científicos em redes. "Trata-se de uma infraestrutura valiosa que a FAPESP disponibiliza para a comunidade acadêmica do Estado e que vem sendo cada vez mais utilizada por projetos de pesquisa, principalmente nas áreas de física de partículas de alta energia, fotônica, engenharia de redes, clima, telemedicina e neurologia. É importante destacar que pesquisadores de outras áreas do conhecimento, além dos físicos e astrônomos, também podem utilizar essa infraestrutura corriqueiramente", aponta Lopez.

O outro projeto financiado pela FAPESP é a rede ANSP (Academic Network at São Paulo, na sigla em inglês), que faz o provimento do acesso da comunidade acadêmica do Estado à internet comercial e à internet acadêmica nacional e internacional, sendo que as universidades se conectam à ANSP por meio de conexões próprias para receber seus serviços. Segundo Lopez, dentro do Estado de São Paulo, a rede ANSP interconecta hoje praticamente todas as universidades que desenvolvem algum tipo de pesquisa científica e tecnológica. Com relação às conexões entre São Paulo e os demais Estados brasileiros, a rede ANSP mantém um acordo para a troca de tráfego com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) para a internet acadêmica, cujo tráfego também é de 10 Gbps.

A conexão do Estado de São Paulo com Miami, nos Estados Unidos, ocorre por meio de um ponto de troca de tráfego acadêmico localizado na capital paulista, nomeado de Southern Light, e o novo link de 10 Gbps no cabo submarino da empresa Latin American Nautilus. Além disso, a expectativa é que a RNP adquira também outro link de 10 Gbps, para que o Southern Light passe a operar com capacidade total de 20 Gbps a partir do início de 2010.

Em abril, a FAPESP enviou à Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), que controla o LHC, um memorando de entendimento para formalizar a participação de pesquisadores paulistas no Worldwide LHC Computing Grid (WLCG), uma colaboração global que reúne mais de 140 centros de computação científica em 35 países. O objetivo do WLCG é fornecer e manter a infraestrutura de análise e armazenamento de dados de toda a comunidade de física de altas energias que participa dos experimentos do LHC. O acordo entre FAPESP e Cern também envolve a Universidade Estadual Paulista (Unesp) por meio do Programa de Integração da Capacidade Computacional da Unesp. Trata-se de um conjunto de clusters (aglomerados de computadores interconectados) formado por, além do núcleo principal instalado na capital paulista, estruturas paralelas em outros seis diferentes campi, nas cidades de Araraquara, Bauru, Botucatu, Ilha Solteira, Rio Claro e São José do Rio Preto.

Os recursos da rede ANSP são utilizados automaticamente sempre que uma rede de computadores é usada nas universidades do Estado de São Paulo. Para utilizar ou fazer parte da rede Kyatera, o pesquisador deve entrar em contato com o coordenador do projeto, professor Hugo Fragnito, do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pelo endereço http://kyatera.incubadora.fapesp.br/portal/contact-us.