Conheça as 42 pequenas empresas escolhidas para programa de inovação da FAPESP
Negócios foram aprovados para o 4º Ciclo do PIPE, programa que ajuda empreendedores inovadores
Pequenas Empresas & Grandes NegóciosA FAPESP anunciou as 42 novas pequenas empresas de base tecnológica que tiveram seus projetos selecionados no quarto ciclo de 2015 do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).
< Veja aqui a lista com as 42 empresas selecionadas >
“A FAPESP busca apoiar, por meio do PIPE, projetos de pesquisa que ajudem a pequena empresa a desenvolver tecnologias e criar negócios bem-sucedidos e, com isso, gerar empregos no Estado de São Paulo e maior riqueza para a sociedade paulista”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, durante o evento.
“Nossa expectativa é que as empresas apoiadas cresçam e deixem de ser pequenas o mais rápido possível, a exemplo de outras que já apoiamos ao longo do programa PIPE”, afirmou.
Criado em 1997, o PIPE já apoiou 1.484 projetos em mais de 1.200 empresas, localizadas em 120 cidades do Estado de São Paulo.
As propostas de pesquisa para o PIPE são avaliadas em lotes, quatro vezes ao ano.
As inscrições para o segundo ciclo de análise de 2016 estão abertas até 2 de maio. Já as inscrições para o 1º ciclo encerraram-se em 1º de fevereiro e as propostas estão em análise.
A cada ciclo do programa, a FAPESP destina R$ 15 milhões não reembolsáveis para financiamento de projetos. Os selecionados contam com até R$ 1,2 milhão para as fases de comprovação da viabilidade técnico-científica (Fase 1) e de consolidação da proposta de pesquisa (Fase 2).
Concluídas essas etapas, a Fundação poderá apoiar o desenvolvimento comercial e industrial do produto (Fase 3) por meio de um acordo de cooperação com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), no âmbito do PIPE e do Programa de Apoio a Pesquisa em Empresas – PAPPE Subvenção.
Em 2015, a FAPESP destinou ao Programa PIPE R$ 29,9 milhões para o desenvolvimento de 159 projetos em andamento.
“Em 2015, o PIPE registrou a maior quantidade de concessões de recursos para projetos da história do programa, a despeito de o ano não ter sido bom para o país e para economia brasileira e muito menos para a receita de um órgão público, que é financiado por impostos”, disse Brito Cruz.
“Quando ocorre uma crise econômica no país, como está acontecendo, a arrecadação de impostos diminui. Mesmo assim a FAPESP estabeleceu como prioridade fazer com que o PIPE e outros programas da Fundação não fossem afetados”, afirmou.
Novos projetos
Os 42 projetos de pesquisa selecionados no quarto ciclo de 2015 do PIPE são de diferentes áreas do conhecimento. O da One Sports, por exemplo, une tecnologias emergentes, como a Internet das Coisas (IOT, na sigla em inglês), e Ciência dos Esportes.
A startup situada em Sorocaba, no interior de São Paulo, voltada a desenvolver tecnologias para auxiliar a prática de esportes de alto rendimento, pretende desenvolver um sistema de monitoramento cardíaco para esportes coletivos, como futebol, basquete e vôlei.
“A ideia é que o sistema monitore todo um time de futebol, por exemplo, de forma que a comissão técnica avalie coletivamente as respostas fisiológicas dos atletas aos esforços que fazem durante uma atividade física para trabalhar melhor a condição física deles, prevenir contra o risco de lesões e escalar melhor o time”, disse Paulo Camargo, sócio da empresa, à Agência FAPESP.
De acordo com o especialista, já existem sensores que permitem monitorar a frequência cardíaca a partir de dispositivos como smartphones e relógios “inteligentes” (smartwatches, em inglês).
Esses dispositivos, contudo, ainda não permitem centralizar as informações de todos os atletas de um time em um único sistema, ponderou.
“O diferencial da tecnologia que pretendemos desenvolver é justamente unir as informações de todos os atletas em um único sistema que possa ser mais facilmente gerenciado pela comissão técnica de um clube”, afirmou.
Além do sistema, a empresa – que já tem entre seus clientes clubes como o Corinthians, São Paulo e Palmeiras, entre diversos outros –, também está desenvolvendo com apoio do PIPE um sistema de monitoramento georreferenciado para jogadores de futebol.
O projeto foi selecionado no segundo ciclo de 2015 do PIPE, cujo resultado da seleção foi anunciado no início de outubro de 2015.
“O apoio do programa PIPE da FAPESP possibilita alavancar novos projetos de desenvolvimento tecnológico na empresa”, afirmou Camargo.
Já na avaliação de Bruno Diego de Oliveira, gerente de engenharia da RVT Energia – uma consultoria voltada à diminuição do consumo de energia em sistemas de refrigeração, que também foi selecionada no quarto ciclo de 2015 do PIPE –, o programa da FAPESP permite viabilizar projetos que ainda são ideias.
A empresa, sediada em São José dos Campos, pretende desenvolver por meio do projeto PIPE um sistema de controle inteligente para aparelhos de ar condicionado, de modo a reduzir o consumo de energia elétrica ao diminuir o número de rotações dos aparelhos.
“Como nosso projeto é muito novo, ainda não temos um protótipo. Com isso é muito difícil encontrar um investidor disposto a investir em um projeto ainda em uma fase embrionária. Mas conseguimos obter esse apoio da FAPESP”, disse Oliveira.
Para Ricardo di Lazzaro Filho, sócio da DB Genética e Serviços Laboratoriais, também selecionada no quarto ciclo de 2015 do PIPE, o apoio do programa da FAPESP possibilita atrair pesquisadores associados para o projeto.
A empresa, incubada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Inovação (Cietec), na Universidade de São Paulo (USP), pretende desenvolver por meio do projeto apoiado pelo PIPE um teste de determinação de paternidade não invasivo durante a gestação por DNA livre fetal.
“Nossa expectativa é que o apoio do programa PIPE ao projeto possibilite aumentarmos o número de exames genéticos gerados a partir dessa tecnologia – além do faturamento da empresa – , e nos dê visibilidade internacional, uma vez que a nossa ideia é desenvolver um serviço mais barato do que os de concorrentes internacionais”, disse Lazzaro.
Case de sucesso
Durante a cerimônia de anúncio dos 42 novos PIPEs, Bruno Avena, sócio-diretor da Altave, relatou a experiência da empresa sediada no Incubaero – uma incubadora de empresas e negócios do Centro Técnico Aerospacial (CTA), em São José dos Campos – no programa PIPE.
Apoiada pelo PIPE desde 2013, e especializada no desenvolvimento de aeróstatos (veículos que se elevam e se mantêm no ar, como os balões e dirigíveis) para múltiplas funções, a empresa criou um conjunto de câmeras e equipamentos de comunicação embarcados em balões para apoiar a Polícia Militar e a Guarda Municipal do Rio de Janeiro na segurança dos Jogos Olímpicos 2016, em agosto, na capital fluminense.
“A FAPESP tem previsibilidade. Nós sabemos como é o processo de avaliação dos projetos, as regras são claras e executadas ao pé da letra. Dessa forma, temos confiança de que um projeto submetido ao PIPE será muito bem avaliado e, se for aprovado, haverá recursos para financiá-lo”, disse Avena.