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Confiança da indústria sobe 1% e é a maior desde 1995

Folha de S. Paulo - 29/09/2007

Com a indústria de transformação em ritmo aquecido no terceiro trimestre, a expectativa para o fim deste ano é otimista, segundo pesquisa da FGV (Fundação Getulio Vargas). O ICI (Índice de Confiança da Indústria), divulgado ontem, subiu 1% em setembro, indo de 121,9 para 123,1, recorde na série iniciada em 1995. Na comparação com setembro de 2006, o ICI subiu 11,9%, ainda forte, mas abaixo da alta de 14,2% apurada em agosto. Neste mês, o ISA (Índice da Situação Atual) subiu para 126,9, contra 124 em agosto, também o maior desde abril de 1995 (128,7). Já o Índice de Expectativas, que aponta o otimismo para o futuro, teve leve recuo, para 119,2, contra 119,8 um mês antes. Para os próximos três meses, o destaque positivo é a previsão de contratação de pessoal: das 1.109 empresas consultadas, 37% prevêem alta de mão-de-obra, e 6%, redução. Dentro dos itens do indicador de confiança referentes à situação atual, o destaque foi o nível da demanda, influenciado principalmente pelo mercado interno. Entre este mês e setembro do ano passado, a proporção de empresas que avaliam a demanda como forte aumentou de 16% para 28%; as que consideram o cenário atual fraco caiu de 10% para 4%. A tendência, porém, é de estabilização da expansão da indústria de transformação, puxada pelo setor de bens intermediários. Segundo o coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), Aloísio Campelo Júnior, os bens intermediários tiveram expansão de 8,5% em setembro na comparação com mesmo período do ano passado. A alta, porém, é menor que a registrada entre os meses de agosto de 2006 e 2007, de 14,5%. Segundo Campelo, bens de capital, com alta de 32,5% (o maior desempenho), deve seguir em aceleração. O setor de bens de consumo variou 24%, e material de construção, 12,6%. Os indícios de desaceleração podem ser constatados no nível de demanda interna, segundo Campelo. Em agosto deste ano (considerando o acumulado de 12 meses), a alta foi de 23,7%, caindo para 19,6% em igual comparação para setembro.