30/01/08 10h30

Condomínios logísticos são nova aposta das grandes construtoras

Valor Econômico - 30/01/2008

Depois de mais de dois anos de investimentos pesados em escritórios de alto padrão, shopping centers e unidades industriais, as principais construtoras voltadas para o segmento comercial começam a mirar na escassa infra-estrutura de logística no país. Ao contrário do que vinha ocorrendo até o ano passado, quando o sistema de construção por encomenda dominava o mercado, muitas dessas empresas estão investindo recursos em imóveis puramente especulativos. Ou seja, erguem o complexo logístico primeiro para depois buscar os clientes para ocupá-los. Quase todas estão apostando no sistema de condomínios logísticos. Grandes áreas, com diversos galpões de tamanhos variados, alugados a diferentes empresas. A infra-estrutura de alimentação, segurança, limpeza e toda a sorte de serviços necessários para um complexo logístico são rateados entre os inquilinos e a administração do "condomínio", em geral, fica a cargo da própria construtora. Ao contrário do sistema de construção sob encomenda, conhecido como "built to suit", os contratos de aluguel têm um prazo menor do que os tradicionais 10 anos e a rotatividade tende a ser maior. Companhias como CCP, o braço comercial da Cyrela, WTorre, Método, Racional e Hines estão investindo algumas centenas de milhões de dólares este ano para entrar ou reforçar sua presença neste mercado. "Em dois ou três anos esse segmento que estamos entrando vai representar no mínimo 20% de nossa receita", diz Dani Ajbeszyc, diretor de relações com investidores da CCP. A companhia adquiriu no final de 2007 três galpões na região do Tamboré, Grande São Paulo, e pretende construir ali um condomínio logístico. A Hines, companhia americana que representa no Brasil o fundo de pensão dos funcionários públicos da Califórnia, um dos maiores fundos do mundo, com mais de US$ 200 bilhões em ativos, também entrou no final do ano passado no segmento. A companhia atuava basicamente com imóveis corporativos - foi ela a compradora do prédio do BankBoston na Marginal Pinheiros. Com mais de US$ 500 milhões disponíveis para investir no país, a companhia está aplicando mais de US$ 100 milhões em um condomínio logístico às margens da rodovia Régis Bittencourt, também na região da Grande São Paulo.